quinta-feira, junho 10, 2010

NOVO ENDEREÇO

www.perguntaprodidi.ecleteca.com.br

Porque aqui aumentou 600 views em 2 semanas e lá só 150! E agora só escrevo lá. Então...

segunda-feira, maio 24, 2010

There's no place like home


Em julho do ano passado, fui empurrado para fora da casa em que vivi por 21 anos e condenado a morar numa algumas várias vezes menor do que a anterior e com vários motivos para irritar qualquer um, exceto pela localização privilegiada.

Há basicamente duas coisas que me motivam a escrever no Pergunta pro Didi: 1)Música; 2) Irritação. Quando falo de música, provavelmente é muito chato pra todas as outras pessoas, principalmente se me dedico a versar sobre equipamentos, como se realmente eu tivesse algo a dizer sobre isso; quando falo sobre coisas que me irritam, aí sim, acho que sou campeão, não por natureza, mas por maioria de votos. Porque dizem que tem duas coisas que me fazem uma pessoa muito mais legal: estar bêbado – por isso parei de beber - ou estar muito irritado.

Acabou que o PpD se tornou uma lar pra mim, um lugar em que possa despejar grande parte das minhas tralhas emocionais e, principalmente, rir das coisas não muito legais que possam rolar, porque rindo a gente encontra o melhor jeito para lidar com as coisas mais difíceis e, provavelmente, bem idiotas e que podem nos deixar bem down e tal.

Mas o que eu ia dizer é que o blog mais opinioso e quase sem medo de Belém, que fala sobre música, sobre o universo independente, essa realidade alternativa cheia de super heróis e super vilões, sobre a realidade corrente, cheia de heróis e de vilões – sem súperes, mas com pessoas bem legais, e sobre mais um monte de coisas, pois é, este blog vai mudar de endereço.

Vamos (vou, né) fazer parte do (futuro) Portal (ainda somente site) Ecleteca, o guia cultural, entre outras coisas, mais estiloso, visionário, cosmopolita e interativo que já se ouviu falar do lado daqui da Linha do Equador, atendendo pelo endereço WWW.perguntaprodidi.ecleteca.com.br .

Portanto, minha amiga, meu amigo, você que gosta das besteiras que eu escrevo e, principalmente, as crianças que me dão aquele feedback legal, comentando, participando, colaborando pra caramba, continuem comigo, porque desta vez eu mudei de casa, novamente motivado por uma localização privilegiada, mas o que espero desta nova empreitada é o melhor para mim, para os leitores-co-autores deste troço e para a Ecleteca.

E se não der certo? Bom, se não der certo, eu até já escolhi o nome do novo blog.

HAHA.

Grande abraço,

Diego Atie Fadul

sexta-feira, maio 21, 2010

Pera rapidola.

Amigos, vocês devem ter percebido que não tenho postado nada nas últimas duas semanas ou coisa assim. Nem sei, o tempo passa de um jeito muito diferente na minha cabeça, mas também não vem ao caso falar sobre isso agora.

O fato é que tenho dois bons motivos pra explicar esta falta de postagem: 1) coisas da vida real pra fazer; e 2) o Pergunta pro Didi vai mudar de casa. A partir de amanhã, às 14 h estarei assinando um contrato com um site-brevemente-portal muito legal, e o PpD passará a ser hospedado lá.

E aí? Não sei, bora ver o que rola.

Grande abraço.

quinta-feira, maio 13, 2010

Reflexões que antecedem o fim do mundo.

Ainda bem que os zumbis comem cérebro.



Já pensou se comessem cu?


FUDEU!

terça-feira, maio 11, 2010

Didi na Copa do Mundo 2010 #3

Goleiros


Júlio César, Doni e Gomes. Júlio provavelmente é o melhor goleiro do mundo hoje. Atrás dele temos o imortal holandês Van der Sar, o super croata Peter Chech, o gigante italiano Buffon e o francês Frey.

Dá pra dizer que o camisa 1 da Seleção é metade do time. Aliás, com uma equipe taticamente montada para o desarme e a defesa, é natural que o principal craque seja o seu goleiro, o paredão da Inter de Milão, um homem com cara de pateta tipicamente carioca e casado com uma mulher que não envelhece nunca, a belíssima Suzana Werner, também conhecida como ''delícia'', entre os mais elogiosos.

Sobre os reservas, esperava a convocação do Victor, do Grêmio, excelente goleiro. Mas não tem como competir com o Gomes em termos de experiência e história na equipe. Doni vem amargando banco no Roma, com quem também joga com o mondrongo Júlio Baptista, há alguns vários jogos, mas é um bom goleiro.

Mas eu queria mesmo era o Marcos/ Palmeiras de segundo goleiro!

Didi na Copa do Mundo 2010 #2

Eis os convocados:


Que acham? Concordam?

Dêem uma lida no Resenha em 6, que é um site muito legal, que resenha tudo em 6 linhas sempre. Muito bom, principalmente sobre o Robinho, que é exatamente o que eu acho.

Didi na Copa do Mundo 2010 #1


Falar de futebol quando a gente não sabe de nada é muito fácil. Criticar a seleção é mais fácil ainda, porque quem é bicolor, reclama do técnico do Paysandu, quem é corintiano, reclama do Corinthians. Mas nesses casos, o cara só liga mesmo se gostar de futebol. Então temos uma intersecção: 1)torcer pro time, e isso a gente traz de nascença; e 2) gostar de futebol.

Ocorre que na Seleção, não há escolha. O cara nasce brasileiro e desde pequeno vê a mobilização das pessoas ao redor da TV em dia de jogo da Copa. Todo mundo só fala nisso. Tem como ele não querer dar opinião? Não lembro de alguém dizer "foda-se a Seleção", não durante a Copa. Aliás, hoje mesmo eu vi gente ameaçando torcer pra Argentina ou pra outra equipe, mas tenho certeza que é só chegar o dia que ninguém vai resistir comemorar se o Brasil fizer algum gol.

Brasileiro é assim, tudo galinha, maricota, frangote, fulero. É um jeito bastante homogêneo de se apoiar as coisas. Diz que torce contra. Quando o time perde fala desdenhadamente "não queria mesmo" ou o orgulhoso "eu falei!"; quando o time ganha, disfarçamente se veste de campeão. Quem quer chegar em segundo? Quem quer competir? Quem quer trabalhar? E pior: quem quer entender futebol?

Por isso, meus amigos, na contramão da temporada que se aproxima de falta de opinião e do mesmismo típico de aniversários de família ou conversas sem sal no trabalho,  daqui até o fim da copa, vamos fala muito sobre COPA DO MUNDO 2010, não só sobre a Seleção, mas sobre as outras equipes e trilhas sonoras para os jogos.

Conto com o feedback de vocês!

Ainda sobre a votação...

Só pra fechar o raciocínio, amigos, gostaria de deixar claro que os guris do Durango95 e eu somos parceiros, brothers e estamos juntos.

Acho que os amigos que comentaram no post anterior também se referiam muito mais à postura das bandas que estão voando na contagem de votos - e deram uma parada ontem à noite, não sei se pela manifestação do povo, espero que sim. Mas só pra constar, o Paris Rock e o Paralelo XXI até pediram desligamento da votação, justificando o desacordo com o que está acontecendo.

Em conversa com várias bandas e outros artistas, como nos comentários no post anterior evidenciam, a chateação geral é pela malandragem - uma leitura nada franca do que alguns chamam de trapaça ou até uma manifestação da natureza corrupta da alma do brasileiro - e passar a perna nos companheiros, porque todos somos brothers nessa história.

No mais, estamos juntos com o Durango 95 na divulgação deste evento que vai ser bem legal. Até porque também sou colaborador do site da produtora, que também é a produtora que mais tem gente bonita no comando, com o Marcelo Papel, Daniel e a musa ex-7 Set Independente.

Que venha o show do Pública!
Se o show não for legal, pelo menos o moleque vai trazer um ORANGE fudido na bagagem.


segunda-feira, maio 10, 2010

Votação rolando na Durango95.org !

Como deve ser do conhecimento de todos, começou hoje pela manhã a peleja entre 11 bandas para abrir o show do Pública, ao lado da dream team Johny Rockstar e dos badalados The Baudelaires

Espera... eu disse que começou esta manhã? Hum... o rock come solto em Belém mesmo, não é? Porque, se começou hoje de manhã, sei lá, por volta das 8 da manhã, que é um horário de gente, e agora são exatamente 17:10, deixa ver, o primeiro lugar agora está com 891 votos - vamos arredondar pra 900, né, e o que vai dar? 100 votos por hora? Puta que pariu! Muita gente votando! Uau. Vai lotar absurdamente o Memorial dos Povos neste dia! Que bacana. Isso é pras pessoas que dizem que não há público em Belém pro rock! Que legal. Legal. É... le-cal...


Ta certo...


____________________

Em tempo: vamo votar tudo no TOMATES VERDES! Porque se é pra sacanear, vamo sacanear direito! Vamo lá, eu já votei umas 5 vezes já.

Falando em canções que tocam o coração...

... por mais retardado que isso possa soar...

Lembrei agora de um vídeo antigo, na verdade uma edição antiga de alguns episódios de FLCL - Furi Kuri, um animé muito doido, que fiz como fan-clip de uma canção do Turbo, a Sem final feliz.

domingo, maio 09, 2010

La Orchestra Invisível

Peço desculpas aqui e aproveito para pedir permissão também para ser extremamente pessoal neste post, o que deve torná-lo brega e piegas.

Passei por uns dias, umas duas semanas, bem down. Provavelmente por nada específico ou... como acontece com todo mundo, como diria o genial Ricardo Maradei "meu amigo, está tudo bem (...) o que você sente outros sentem também"(O que você tem - O Grande Passeio do Sterescope), quando todas as coisas se somam e os ombros pesam. E hoje, num domingo em que tive que acordar às 6, perturbado pelo meu irmão para fazer café para a mãe, que reclamou do café, perguntando se era de ontem, e pensei que, porra, eu devia estar dormindo, porque acordo cedo todos os dias, mas pelo menos recebo por isso e... enfim. Daí que sentei aqui e fui até o blog do Coletivo Megafônica, vi que a banda da semana era La Orchestra Invisível, fiz o download do EP e, com o coração pesado, foi difícil não se deixar levar pelas canções.

Confesso ter uma dificuldade grande em me deixar tocar o coração por mulheres cantando, mas ouvir o jeito com que a Larissa consegue ser triste sem fazer escândalo, dando o tom acertado nas letras do LOI é um tiro certeiro no peito, como é o caso de Andarilho, quando diz "por favor saia da porta, eu só quero ir embora, pra onde vou já não importa", numa suavidade estripante de que só o desalento dos que nunca se sentem em casa podem desfrutar.

Ouvir LOI me lembra as melhores coisas, as que me acompanham nos dias tristes, como Eels, Black Box Recorder, Badly Drawn Boy, Elliot Smith, que provavelmente nem devem ter nada a ver com o que eles querem passar. Pelo menos soa como algo bom. Ouvir coisas sinceras assim, principalmente as que a Larissa canta, sem querer desprestigiar o talentoso, se não por natureza, por maioria de votos, Marcelo Kahwage, com quem ela divide os vocais. Já até ouvi falarem que ele deveria largar o The Baudeleires, enxugar o Dharma Burns (ficando só ele, baixo e batera) e investir de verdade na LOI. Não vou dizer que discordo não.

"Meu destino é diferente, eu só quero seguir em frente(...) não vá chorar, não fique triste assim, eu te encontro por aí"

Você baixa o EP deles neste link, ou ouve sem download no Myspace da banda.

in Vitro Rec

"Pergunta pro Pio" é o primeiro dos tracks que comecei a gravar, nitidamente de forma experimental, num diálogo musical com Pio Lobato, que, numa conversa, me empurrou para esta empreitada. 

Na faixa em questão, uma resposta para "Vinheta pro Didi", do próprio Pio, só uso uma telecaster, efeitos do Waves GTR e alguns plugins, como Vocoder, no final.

Compositor movido pela inércia que sou, só dei vazão à vontade de falar, mas como não sei cantar, acho que acaba saindo tudo pela guitarra. Acho que o exercício agora é refinar este trabalho. Eu acho.


 Pergunta pro Pio by user3399693


"Telecasters never die" é a segunda faixa que que gravo no esquema instrumental, só utilizando guitarras e um loop de batera que tirei do http://ryangruss.com/ , excelente site de loops de batera, além do tech talk sobre equipo e sobre coisas relacionadas à música. Mas acho que ele desabilitou agora os downloads. Sei lá.
Bom, pois é, mesmo esquema da outra. Plugins e telecaster ligada diretamente na interface.


 Telecasters never die by user3399693

segunda-feira, abril 26, 2010

Pauzão bonito que só.



Mulheres tiram foto exibindo seus decotes, aquela quantidade generosa de carnes sobrando, enfileiradas, empinando a bunda, fazendo bicão, com umas caras que transbordam lascívia, mandando a mensagem maliciosa certeira pra dentro das nossas calças, mas na certeza de que estão só se fazendo de gostosas e não, não vão dar pra você, muito menos pra mim.

Moleques, que se dizem homens, tiram foto com a galera: um bando de macho assumidamente tosco, exibindo seus carros tunados, seus muques bombados, uma cerveja sempre na mão pra lembrar que bacana mesmo é estar bêbado pra aturar o som que eles ouvem, sem deixar de lado a máxima de que cu de porre não tem dono.

Viados enrustidos tiram foto mostrando a barriga em forma de tanquinho, mas só porque ainda não aprenderam a fazer num formato de florzinha, de coração, ou coisa do gênero; enquanto que os frescos assumidos se aglomeram querendo aparecer, em grupos com outros viados, de quem sempre falam mal, de garotas, por quem alimentam grande inveja manifesta, e de sapatas, que abertamente odeiam, mas todos, provavelmente por falta de opção, são muito amigos ou coisa que o valha, o que me lembra que, se bater punheta na webcam é pecado, imagina dar o cu.

O que isenta minha mente e meu coração totalmente de me sentir mal em tirar foto do meu equipamento, pelo qual tenho tanto carinho, depois de ter passado uma tarde inteira limpando o pedalboard e arrumando pedal por pedal de um jeito que encaixassem no espaço, além de organizar o cabeamento e organizar de acordo com a ordem dos efeitos. Porque se eu tivesse um pauzão bonito, também tirava foto dele e postava aqui. Como não, vai o pedalboard mesmo.

domingo, abril 11, 2010

Technobrega é coisa do Satanás.

Suberversão, lascívia, malícia. A mais completa falta de respeito. Ousado, imediatista, low range, livre do senso do ridículo, não que seja necessariamente ridículo - muito provavelmente mais ridículo é a gente gastar milhares em equipo de primeira e não ganhar um tostão com isso, ou trabalhar em prol de um coletivo sem sequer acreditar nele de verdade - e que definitivamente está muito além da lógica comercial mundial. Quando ouço technobrega nos bares, nas ruas, nas casas, nos carros, porque Belém respira Technobrega, sinto muito todas essas coisas.

Provavelmente a indústria cultural do Technobrega tenha descoberto e aplicado a melhor maneira de lidar com a livre circulação da música e como ganhar dinheiro com isso, devido ao seu baixo custo de produção e da mão de obra improvisada. Genial. Um som marginal, de uma cultura marginal, feito por marginais para marginais, tudo em lato sensu.

Abaixo, você ouve a incrível versão technobrega para Idioteque, do Radiohead, banda igualmente subversiva e marginal.

Idioteque (Dj Cremoso Remix) by Dj Cremoso

E no link, ao lado direito você encontra versões para Say it aint so, do Weezer, e até Everlong, de Foo Fighters.

quarta-feira, abril 07, 2010

Navalha, o novo projeto de Andrey Moreira.

Há duas semanas rolou o Fabrikaos, evento realizado pelo Jayme Katarro, vocalista da Delinquentes e agitador cultural nesta capital. O evento reflete o que se tem de mais atual na cidade, além de fundir num só festival bandas e públicos completamente diferentes.

Além do que já foi dito, o Fabrikaos tem como escopo abrir portas para bandas que estão começando, a exemplo do que aconteceu com o Telaviv em edições passadas e hoje é referência no Norte no seu estilo. Trash Metal? Death Metal? Brutal Metal? Sei lá, eu não entendo de metal. Mas a banda é bacana. Vou fazer uma banda de metal e dizer que é BadBoy Metal. Do mal e tal.

Nesta edição, tivemos a apresentação da Navalha, o novo projeto do guitarrista Andrey Moreira, que estava afastado dos palcos há pelo menos 7 anos, quando fez parte da Caustic, uma das bandas de maior relevância da cena no fim dos anos 90 e início da década de 2000. Também compunha a Caustic o talentoso vocalista  Marcelo Kahwage, da Dharma Burns, The Baudelaires, La Orchestra Imperial Invisível e mais algumas 15 bandas.

Arte de John Bogéa

Navalha

Além do Andrey, a banda tem no baixo Fly, ex-Crashdown, banda que também movimentou bastante o cenário nos anos 2000, e muito pouca gente sabe, mas foi responsável pelo up do Café Taverna, casa em que rolaram muitos shows de quase todas as bandas que tocavam nesse período por aqui. Hoje o Taverna amarga o triste esquecimento de quem faz o rock em Belém, graças ao olho grande de seu dono, cobrando das bandas para tocarem lá. Parece uma casa aí que também está indo pro mesmo caminho, ainda mais agora com o Caverna Clube abrindo as portas pro rock autoral e absorvendo todo o público. Fa-re-lo.

Eric Alvarenga, líder da Aeroplano, ocupa a vaga de vocalista do Navalha. Para compor a outra guitarra, seu irmão, Felipe Alvarenga, que toca bem demais e nunca tinha conseguido se firmar numa banda com mais pujança ou relevância.



Sobre o som

Afinação baixa nas cordas, bateria com pedal duplo, efeitos na guitarras e no baixo e influências de Katatonia, Tool, Opeth, Deftones, A Perfect Circle, Porcupine Tree, Dream Theater. Pelo que pude absorver da primeira apresentação do Navalha, a banda divide funções claramente. 

Temos à frente da banda os riffs de guitarra guiando o caminho da maioria das canções que, por enquanto, e é natural que seja assim, ainda estão bastante ligadas umas às outras, o que é bom, cria uma identidade forte pra banda, mas talvez dê aquela impressão chata de que as composições seriam bastante parecidas umas com as outras. O que não quer dizer que sejam ruins, pelo contrário.

Gostei dos arranjos de baixo, bastante bem montado com a bateria. O mais legal é ver como, com músicos bons, se extrai o melhor que se pode dos instrumentos. E talvez em alguns momentos o que precise é de mais respiração e menos transpiração. Tenho problema com pratos e guitarras, sempre preciso de uma parte da música sem eles.

Como era marca registrada do Caustic, Andrey ainda faz bom uso de seus atributos de guitarrista que gosta de efeitos como delay, modulações, usar ebow e coisas diferentes. Optante pelo uso de equipamentos digitais, se diz mais confortável na sua POD XT. Do outro lado do palco, na outra guitarra, Felipe mostra que mesmo estando há pouco tempo na banda, tem algo interessante a acrescentar , até porque vem de uma linha bem diferente de música, de regue a hip hop, new metal e muitas coisas que, espero, possam se refletir no Navalha. O bom mesmo é misturar.

Ao fim da noite, soube que Eric teve que passar pela inafastável série de comentários do público que viu a estréia o Navalha. Muitas foram as vezes em que se repetiu "gostei mais dessa tua banda agora do que daquela Aeroplano em que tocas". O que me chamou atenção foi a perfórmance mais, digamos, masculina do vocalista à frente do Navalha. As letras, todas em português, possuem uma boa qualidade. Melodias perfeitamente cantáveis, absorvíveis, além de refrões certeiros. Achei as letras até mais legais do que algumas do Aeroplano, realmente. Além disso, se mostrou um frontman surpreendentemente carismático. Agora, saber se os camisas pretas vão aceitar sua baby-face é outra história.


Desde depois do show a banda está procurando um baterista, já que o que estava na vaga partiu rumo ao desconhecido. Assim que encontrarem um, entram em estúdio para gravar um EP.



Superguidis - Superguidis

Quando vejo uma banda que já tem alguns discos e alguns anos nas costas lançar um CD homônimo, fico logo desconfiado que este será, ou pelo menos foi investido pra isso, o trabalho que mudará a vida da banda. Como já perdi as contas de quantos releases saíram em blogs, sites, jornais e revistas sobre este disco do quarteto gaúcho mais adorado do Brasil, e a turnê deles se agiganta a ponto de passear por quase todo o norte, infelizmente não pelo Pará, devo estar certo.


Grandeosamente, como sempre, os Guidis falam ao coração com uma sinceridade que não dá pra ignorar. É quase como compartilhar seus problemas, anseios, amores, saudades e pequenas alegrias com grandes amigos de longa data, daqueles que sabem tudo sobre você.

Abrindo o disco com a bela "Roger Waters", quase um prólogo, os gaúchos de Guaíba dão a falsa impressão de que faltarão guitarras. Que nada! Em seguida, o hit que abriu 2010 mostrando como se deve iniciar uma nova década: "Não fosse o bom humor" jogou o Superguidis no trendtopics no Twitter fácil por alguns dias, transbordando uma melodia, colada nas guitarras altas, bem altas, não se deixando duvidar que o bom rock existe. E mesmo sem entender o que se canta a gente quer balbuciar qualquer coisa pra fazer parte dessa coisa tão legal que é essa faixa. "Traduzo" pra vocês o refrão: não fosse o bom humor, meu estômago todo ia fritar. Segue o clipe:


Em rodas de conversa sobre este disco aqui em Belém é normal se ouvir que qualquer uma poderia ter sido escolhida a música de trabalho pra este CD e cada um acaba pegando pra si uma como preferida. Essa segunda adolescência pelo que passamos, talvez sem o direito de passar, ainda não sei bem, nos faz vibrar todos na mesma freqüência. É meio esquisito saber que caras lá do outro lado do país sentem o mesmo que a gente e vê-los usar termos como "quero mais é que se exploda" de um modo tão poético é fascinante.


Uma das faixas que me chamam mais atenção, nessa altura em que se beira os 30, é "Aos amigos", numa delicadeza sem medidas quando trata sobre coisas ruins pelas quais se passa, mas faz uso da simplicidade típica das letras dos Guidis pra dizer-se "melhor assim, que eu não estou só". Poesia pura, nas microfonias, noises, slides, delays, fuzzes, linhas de baixo certeiras, guitarras com single coil que fogem da caretice do que a gente vê normalmente por aí.

Ouvir Superguidis é de apertar o coração. Um dos discos mais sinceros, simples e conscientes que eu já ouvi.

Gravado e produzido por Philippe Seabra. // Senhor F Discos.

Conjunto de Rock - Stereoscope

Sempre cri mais na inteligência do que na beleza, assim como sempre dei mais crédito à estratégia de abordagem do que ao talento de uma banda, muito provavelmente por não ter nem beleza, nem talento. O Stereoscope é o tipo de banda que cospe nas minhas crenças e deve ser por isso que é a minha banda paraense preferida.

O Rádio 2000, primeiro lançamento do Stereo, deve ter sido o disco com mais hits instantâneos já lançados aqui no meio do mato, que o mundo conhece como a maravilhosa Amazônia. Algum plano para dominar o mundo? Que nada, eles nem eram uma banda. E nas conversas que temos nos tempo presente, sinto que não mudou muita coisa de lá pra cá. Sei que eles se importam demais com a arte, mas se envergonhados em ter que fazer as coisas ridículas que se faz numa banda de rock.



E é essa sensação que é esfregada na cara de quem ouve o “Conjunto de Rock”, disco sucessor do fantástico “O Grande Passeio do Stereoscope”. Uma tiração de sarro, que toma tons sérios em certo ponto do disco desde a primeira faixa, “Clark Kent”, em que Ricardo Maradei, um dos letristas – e uma das pessoas, particularmente falando - mais geniais que eu costumo ouvir, trata da vida dupla que um rockstar de fim de semana tem. Um baita desabafo, quando diz “E mesmo assim você faz, embora todos digam que você não é capaz”. Me senti representado.
Além de desafiar a tradição poética do Stereoscope, desta vez priorizando uma fala mais direta, bem menos lírica, o “Conjunto de Rock” também consolida Daniel, que confesso nunca ter conseguido ver como parte da banda(coisa de fã), mas desta vez ficou evidente que ele o é, como baterista, criando arranjos muito bons, inclusive, e dando uma pegada bem mais firme e vívida ao som do Stereo. Marcelo, como sempre, é responsável pela faixa mais pop, vendável e mais fácil de se gostar, praticamente grudando de primeira na cabeça, “Canção que não toca no rádio”. Excelente.

Jack Nilson canta na faixa que dá nome ao disco, emprestando sua interpretação particularíssima ao coração deste trabalho. Para quem vive isso de ter banda, o Conjunto de Rock fala muito à alma, mesmo com esse tom que caminha entre o carinhoso e o jocoso, típico das pessoas que fazem o Stereoscope. Chega a ser cativante.
O disco inteiro é bastante bem arranjado, sob produção de Philippe Seabra, aquele da famosa Plebe Rude, e lançado pela Senhor F Discos, do visionário e gente boa Fernando Rosa. É um trabalho pra se ouvir não como um próximo degrau em relação ao último, mas como algo independente na discografia da banda. Soa como um cansaço no espírito, cansaço da mesmice de todos os dias, do que todas as bandas têm que se submeter, subjulgar seu próprio senso do ridículo, a correria pra aparecer, o ego, os procedimentos mais adequados, ou, nas palavras de Jack, numa métrica exemplar: “você vai ter que deixar de lado algumas diversões e esquecer as tais canções. As garotas você não precisa dispensar pro caso de realmente precisar, pra que possam acreditar que você chegou lá”. Não é muito louco isso? Fazer um disco inteiro peitando toda essa pompa que todo mundo tenta sustentar? É o Stereoscope.
Ah, e tem um texto do Jack no encarte do disco que vale a pena ler. É fantástico.

Greve das Navalhas - Violins

Muito fã de Violins, desde o início desta década que findou, sou todo elogios ao Greve das Navalhas. Destaco também o além-música: disponibilizar as 11 faixas para download livre, liberando uma por dia, um primor de sapiência, pontuando a discussão de prazo vencido sobre colocar ou não o disco para download. Compartilhar é a palavra e quem não optar por este caminho, vai ficar com o seu trabalho todinho pra si só, sozinho.



O disco tem uma sensação de fim de mundo entranhada nas belas letras do filósofo Beto Cupertino, mas de um modo bastante esperançoso. De cara, “Comercial de Papelaria”, faixa 2, acerta em cheio o coração de qualquer jovem adulto quando dispara no refrão: “você se parecia criança vendo um comercial de papelaria anunciando o fim das férias, sem alegria plena” ou na última canção do disco, a cruel “Um só fato”, quando na certeza de uma solidão perene é normal sentir como a banda diz: “de fato o mundo perdeu o som. Ninguém mais ouve você e eu. Será que a gente morreu?”. Poderia passar a madrugada inteira citando trechos, mas recomendo uma canção que ainda está disponível no site do Violins: Tsunami, que resume o disco nos seus pontos mais fortes.


Gravado no RockLab, tradicional estúdio goiano, sob produção de Gustavo Vazquez, famoso por produzir os premiados “Artista Igual a Pedreiro”, do Macaco Bong, e o disco de debut do badalado Black Drawing Chalks, além de muitas outras façanhas, Greve das Navalhas, esteticamente, gira em torno das boas melodias e das letras fortes. Os arranjos são bastante enxutos, muito atuais, com boas sacadas e resolvendo questões dentro do clima da música. Nada fica over e tudo está no seu devido lugar, à altura de uma banda que lança seu quinto disco com muita qualidade.


domingo, março 28, 2010

Som do Norte e Conexão Vivo

Quem acompanha aqui há algum tempo já sabe da parceria e da amizade tenra que temos com nosso amigo portoalegrense Fábio Gomes, do Som do Norte. Simplesmente o cara se apaixonou pela cena nortista independente, seja mpbista, roqueira ou de qualquer sorte, e alimenta o referido blog só com informações relacionadas a isto.

Nestas semanas dentro do período de seleção do Conexão Vivo, o Som do Norte publicou uma lista de links dos artistas que estão participando aqui, do lado de cima do país. Segue abaixo:



Destruidores de Tóquio (PA) - http://destruidores.conexaovivo.com.br/
Juca Culatra e Power Trio (PA) - http://juca-culatra-power-trio.conexaovivo.com.br/
Sinais Invertidos de um Mágico (PA) - http://sinais-invertidos-de-um-magico.conexaovivo.com.br/

E sigam o @somdonorte !

sexta-feira, março 26, 2010

Clipes da galera.

Nunca fui, nem penso em ser, conhecedor do Punk e de suas ramificações. Não ouço Ramones, nem consigo entender por que os endeusam tanto. Imagino que seja uma questão contextual, maternal, espiritual, dessas de revolução de apartamento, esse tipo de coisa que leva a gente que não querer ser enterrado num cemitério de animais. Mas isso deve ser porque eu tenho um baita mau gosto e prefiro mesmo jogar Liga da Justiça pro PS2 nos níveis normal, hard, elite e SuperHero. Porque é muito fácil salvar a terra só uma vez. Ainda não terminei o SuperHero.

Mas queria falar mesmo é dos clipes que têm sido feitos aqui em Belém. Fico, como não poderia ser diferente, muito feliz quando bandas legais conseguem bolar um jeito de ultrapassar os limites da falta de grana pra fazer rolar a parada com muita qualidade.

SINCERA

Cheguei a começar este parágrafo dizendo que era o melhor clipe já feito na Amazônia, porque na minha visão míope, não há clipes sendo feitos no resto do Norte inteiro. Pelo menos não chegam em mim. E olha que eu procuro. Mas vou pegar outro caminho, até porque tem os do Madame Saatan, que perto do referido, são uma super produções milhonárias.

A Tv Cultura / FUNTELPA tem se dado a liberdade ousada de permitir que Robson fique à frente de duas excelentes idéias e que às vezes me parecem mal aproveitadas pelas próprias pessoas que delas necessitam. Não digo que público é uma droga? Pois digo: é uma droga.

Como dizia, Robson tem dirigido uma nova safra de clipes, e provavelmente a única que desperte uma certa vontade de ver, entre os já produzidos pela emissora, deixando de lado a necessidade viciada em sustentar uma regionalidade, às vezes forçada, em tudo que se faz na Cultura.

Segue o clipe do Sincera. Em seguida, alguns outros feitos entre o ano passado e este.


TURBO e seu megalomaníaco clipe de Garoto 90, seguido do simplíssimo, também sob direção de Robson Fonseca, Eu sou feio mas ela gosta de mim.


HEBE E OS AMARGOS, emprestando sentido ao primeiro parágrafo deste texto. Cadê a vontade de viver dessa gente, meu deus?

Pensando seriamente em mudar o nome do blog.

Talvez pra Quebra-cabeça. Talvez.

terça-feira, março 16, 2010

Fabrikaos Festival faz três dias de Rock no Caverna Clube.

Bem no meio do inverno mais quente da história da Amazônia, nos dias 19, 20 e 21 de março, o Caverna Clube receberá o Fabrikaos Festival, com uma amostra do que se vê de mais interessante no rock da capital paraense neste início do ano.

Já tendo ocorrido em outras edições desde 2007, o Fabrikaos tem por tradição abarcar bandas com estilos mais nervosos, que vão do Hardcore ao Metal extremo. Entretanto, este ano nitidamente abriu as portas ao pop e ao alternativo, recebendo bandas como a festejada Dharma Burns, recém chegada de festivais em Brasília e Cuiabá, e aposta Myttus, que foi destaque do CCAA Fest do ano passado.

Como um knob de volume de um bom amplificador valvulado, a brutalidade do som vai aumentando a cada dia do festival: o sábado é marcado pela estréia da Navalha, que tem à frente um dos guitarristas consagrados do final dos anos 90, ex-Caustic, Andrey Moreira, além da esperada apresentação da Delinquentes, sem dúvida uma das bandas mais queridas do estado e muito respeitada nacionalmente, retornando de um show em Goiás pelo Grito Rock América do Sul.

No domingo, é como se diz por aí, quem for podre que se quebre: Anubis, Telaviv, Warpath e Tenebrys. “Acho que o teto vai tremer", profetiza Jayme Katarro, realizador do festival, na certeza de contar com o público dos camisas-pretas. “Nas edições anteriores, tivemos dias com mais de 400 pagantes e isso graças ao público do som mais pesado, que é geralmente quem enche mais a casa”, comenta. 

Sobre a escalação das bandas, Jayme diz que “cada dia tem algumas bandas mais fortes, mas todas são de suma importância”. Ele complementa: “O Aeroplano está prestes a lançar um CD, seria injusto não entrar nessa noite mais alternativa. O All Still Burns tem um grande público dentro do seu estilo (metalcore). Também será a primeira vez que duas bandas baluartes e veteranas da cena Punk / HC estarão no festival - Delinquentes e os Babyloyds. A noite de metal nem se conta. Coloquei 4 bandas headliners num único evento (Anubis, Telaviv, Warpath e Tenebrys). Sem falar também que há boas bandas de abertura, mais novas ou que não estão na mídia, mas que merecem uma chance nessa vitrine, como o Freak (post-core) e o Raich (heavy metal), ambas interessantes, além da Síncope no primeiro dia.”

segunda-feira, março 15, 2010

Didi Pergunta: Jayme Katarro sobre FABRIKAOS 2010





Mestre em penúltimo grau - no último mesmo, só o Beto Fares - no Rock Paraense, Jayme Katarro fez a gentileza, típico da leveza de sua pessoa, de me confiar a confecção do release oficial do Fabrikaos. Para tanto, fiz-lhe algumas perguntas.

Dada a riqueza das respostas, eu não poderia simplesmente descartá-las. Resolvi, portanto, publicá-las aqui, neste compêndio de idéias boas de se cair no esquecimento.

Tempero este blog sem graça, então, com a entrevista com o Mestre Jayme Katarro.




D - Há quanto tempo rola o Fabrikaos?

JK - As duas primeiras edições do Fabrikaos foram no 1º semestre de 2007, numa casa de shows que na época abrigava muito o estilo da maioria das bandas do estúdio, mas rocker e na maioria dos caso, mais pesado, que era a Scorpions. Com a desativação da casa, o festival entrou em um hiato, até o momento de aparecer uma casa que se adequasse mais à esse estilo, o que veio acontecer agora com o surgimento do Caverna Clube, grande parceiro que encontramos nessa jornada. Na época, a idéia do festival era justamente ser uma vitrine para as bandas que ensaiavam no Fábrika Stúdio. Acho que até hoje o festival ainda tem esse caráter, de darmos prioridade às bandas clientes do estúdio.

D - Quantas bandas já passaram pelo festival?

JK - 22 bandas nas duas edições. Esse será a primeira vez que contará com 3 noites (as outras foram com duas), o que meu deu chance de colocar mais bandas, totalizando 15 apenas nessa edição.

D - Qual a média de público do evento?

JK - Isso varia bastante. Sabemos que o público de Belém é sempre surpreendente nesse aspecto. Como é um festival de médio porte, já tivemos dias vazios com 100 pagantes apenas, mas também tivemos dias com 400 pagantes. E isso graças ao público mais pesado, que é geralmente quem enche mais a casa. É incrível como o estilo mais marginalizado e com menos chance na mídia acaba sendo geralmente o de maior público.

D - Este ano o festival está mais variado nos estilos. Isso tem algum fundamento mais profundo, como acompanhar a tendência de todos os festivais do mundo, ou é só coincidência?

JK - Apenas era um desejo que eu tinha desde o início. Na verdade, já tivemos bandas como Stigma, Sincera, Bizzózzeros e outros, que tinham um som mais, digamos assim, leve, mas acho que não chega à descaracterizar o evento. Sempre pensei em fazer um dia mais alternativo, mesmo na época da Scorpions. Até havia um nome para isso, que era o Fabrikaos Pop / Rock. Mas acabei aceitando a sugestão do amigo sandro-K (Abunai Produções) de misturar os estilos em cada noite, pra não segmentar.
D - Que parceiros / colaboradores / patrocinadores estão contigo nessa empreitada?

JK - Geralmente o Ná Figueredo sempre apóia. Tirando ele, Há uma parceria forte com a galera da Abunai Produções, que inclusive me ajuda um pouco até na parte executiva do negócio.

D - Quais os impactos que imaginas que o único evento exclusivamente ROCK da cidade gera na cadeia produtiva da cena local?

JK - Quando eu fiz as primeiras edições, os eventos desse tipo na cidade careciam de uma melhor estrutura, com som bom, iluminação, ou seja, um mínimo de infra necessário. Eu como músico, sei que uma banda merece acima de tudo, respeito, o que as vezes, não encontramos em determinados eventos. As vezes paira um certo amadorismo no ar. Com raríssimas excessões (como os festivais do Se Rasgum por exemplo), a questão qualidade e respeito são colocadas à disposição pras bandas, e é isso que pretendemos mostrar. Infelizmente, por falta de maiores apoios, não será possível pagar cachês para as bandas, pois os custos são altos justamente por estarmos levando uma boa estrutura de som e iluminação ao local, e isso de certa forma me deixa um pouco frustrado, pois acho que já é mais que merecido as bandas tocarem e receberem ao menos uma ajuda de custo. espero que nos próximos eu consiga apoio para isso. 


D - Quais as principais atrações desta edição de 2010?

JK - É difícil escalar as principais. Cada dia tem algumas bandas mais fortes, mas todas para mim são de suma importancia, tanto que o tratamento é igual para todas. O Dharma foi uma banda que eu vi crescer aqui mesmo dentro do estúdio. O Aeroplano está prestes à lançar um CD, seria injusto não entrar nessa noite mais alternativa. O Letrac e o Myttus são bandas relativamente novas mas que tem um puta potencial, tanto que tiveram destaque no CCAA Fest. O All Still Burns tem um grande público dentro do seu estilo (metalcore). Também será a primeira vez que duas bandas baluartes e veteranas da cena Punk / HC estarão no festival, que é o Delinquentes e os Babyloyds. A grande estréia pra mim será o Navalha, que tem em sua formação o ex-Caustic Andrey Moreira. Adoro estréias no festival. Quando lembro que o Telaviv estreou na 1ª edição do festival, uma ponta de orgulho se acende e me reforça o animo. A noite de metal nem se conta. Coloquei 4 bandas headliners num único evento (Anubis, Telaviv, Warpath e Tenebrys). Acho que o teto vai tremer, hehe. Sem contar também que sempre há as bandas de abertura, bandas mais novas ou que não estão tanto na mídia, mas que merecem uma chance nessa vitrine, como o Freak (post-core) e o Raich (heavy metal), ambas muito boas. No caso do Síncope, a banda nem é tão nova, mas merecia entrar nesse festival, pois acho uma banda muito excelente que ainda não teve uma boa oportunidade para mostrar melhor seu trabalho.  



D - Planejas tornar o festival maior, trazendo bandas de fora ou coisa do gênero?

JK - Não. O fabrikaos é exclusivamente para bandas que ensaiam no estúdio. Para esse outro tipo de evento, tenho o Tacakaos, que também é um selo e lançou o 2º CD da Delinquentes (em parceria com o Ná Figueredo).

D - Que tipo de diálogo o Fabrikaos mantem ou poderá vir a ter com coletivos, produtoras e outros festivais fora do Pará?

JK - Penso em trazer bandas de fora, e qualquer parceria pode ser válida, mas com o festival Tacakaos.


quarta-feira, março 10, 2010

AEROPLANO + Sincera + Johny Rockstar neste sábado 13, no CAVERNA CLUBE.







Com um EP bem sucedido, um CD muito mal gravado mas que rendeu ótimos frutos, várias participações em grandes festivais dentro e fora do Pará e às vésperas de lançar um dos discos mais bem produzidos e legais de se ouvir da história do Rock paraense, gravado no RockLab, em Goiânia, pelo famoso Gustavo Vazquez (mesmo produtor dos premiados discos de Macaco Bong e de Black Drawing Chalks), o Aeroplano, mesmo não sendo muito feliz na escolha de seu nome, hoje é uma das bandas mais produtivas e significativas do estado.





Com canções que têm uma melodia vocal pop característica e arranjos que fazem questão de ser esquisitos, o Aeroplano se lança, a partir deste disco, no mundo lo-fi, cuidando esforçadamente na construção de timbres. "É um desafio fazer música de fácil acesso, mas que dê orgulho de se ouvir depois", assegura Bruno Almeida, baixista. Eric Alvarenga, vocal e guitarra completa, na contramão, dizendo que "por termos uma característica tão singular e, sabendo que não somos uma banda com natureza típica das que agita nos shows, como Johny Rockstar, Turbo, essas grandes bandas, fazemos nosso melhor, do nosso jeito mais sincero".

É mesmo?

AEROPLANO também toca no COISA POP neste sábado, 13, no CAVERNA CLUBE, ao lado de SINCERA e JOHNYROCKSTAR.

terça-feira, março 09, 2010

Johny Rockstar + Sincera + Aeroplano + Sábado 13 + Caverna



O Johny Rockstar é o tipo de banda que já nasceu grande, quase os galáticos do rock paraense, com os irmãos Eliézer e Natan, da nacionalmente lendária Eletrola, Ivan Vanzar, do Madame Saatan e Elder Effe, ex-Suzana Flag-na-sua-melhor-formação e Ataque Fantasma.

Apoiados, numa mão pelo seu ativo fã clube de sanidade duvidosa, noutra pela grande qualidade de seu trabalho, seja nas letras, seja nos arranjos, hoje o JRS é indiscutivelmente a banda de rock com teor pop mais promissora do Brasil, sendo presença constante nos principais festivais, mesmo os não independentes, da região.

Atualmente, o Johny Rockstar trabalha os últimos acertos para o lançamento de seu disco - discão, por sinal , somente dependendo da finalização da arte do encarte.

O JRS toca neste sábado, dia 13 de março, no CAVERNA CLUBE, ao lado de Sincera e Aeroplano.

Sincera no COISA POP deste sábado, 13, no Caverna Clube!



Com um dos melhores shows da última edição do Festival Se Rasgum, o Sincera acabou com qualquer dúvida que pudesse pairar sobre a boa qualidade da banda, somando mais esta participação ao seu currículo que já agrega uma ida ao Kalango (MT) e ao Quebramar (AP), além de participação anterior no próprio festival paraense (2007), alguns vários shows pelo interior do Pará e em diversos Grito Rock da região.

Deftones, Mars Volta, Alex is on Fire são alguns dos elementos que influenciam diretamente - mas estão longe de resumir - o Sincera. Apresentando uma cozinha muito bem alinhada, numa fluente intimidade entre baixo e bateria, mais guitarra e vocal quase flutuantes, dando a verdadeira liga da banda, o ao vivo do quarteto é impactante, até mesmo para chatos de plantão. Difícil o público ficar miado diante de tanto gosto por tocar, expresso de maneira ululante sobre o palco.

Sincera toca no COISA POP, ao lado de Johny Rockstar e Aeroplano, neste sábado, dia 13, no CAVERNA CLUBE.

segunda-feira, março 01, 2010

Caipiras invadindo a Amazônia

No último sábado, 27 de fevereiro do corrente ano, a banda Turbo saiu da capital do Pará em direção à cidade de Peixe Boi, suportando uma viagem de pouco mais de 4 horas entre asfalto e estrada de piçarra. Tivemos a honra de acompanhar tal aventura, mais uma vez sob a bandeira do Independentes do Brasil, na condição de convidados da organização do evento - fomos Raul Bentes e eu, para transmitir pela Web Rádio e para escrevermos sobre.


O Invasão Caipira é um projeto capitaneado pelos Destruidores de Tóquio, de Capanema, sem dúvida uma das bandas mais interessantes do norte do Brasil. Eles abriram a noite e de cara mostraram que o nome caipira é só pra chamar atenção, porque a sofisticação do DDT é espantosa.



Desde a característica sombria e marcante de seus timbres, a referência direta às influências, a preocupação estética e visual, valendo-se até de um vídeo de background em sua apresentação - tudo é de saltar aos olhos. Composições tão maduras que não devem nada a trabalhos de reconhecimento nacional. Os caras já têm uma baita experiência nas costas com miniturnê pelo sudeste e tudo. Estão com disco novo (Ná Music, em digipack, muito bem feito) e prometeram vir a Belém em abril para mais shows.

Além do DDT e do Turbo, tocaram Octoplugs, naturais de Peixe Boi, e   Paralelo XI, de Primavera, além de uma banda cover de Nova Timboteua.

Antes de começar o evento, todos pensamos que não daria ninguém. A praça ao lado do Centro Comunitário em que se deu a festa estava cheia de camisas pretas de olhares suspeitos sobre nós, mas ninguém parecia se interessar no que ocorreria dali a pouco. 

Que nada! Nos 5 primeiros minutos a casa encheu rápido e das 22 até a hora em que não consegui mais entender o que diziam os ponteiros, porque a cerveja era 3 latas por 5 reais, o público não se deu o desfrute de relaxar, esfriar ou esvair-se do local. Bom demais.

Não tem como não destacar o show do Turbo. Apesar de ser grande amigo do [i]frontman[/i] Camillo Royale, ainda me surpreendo com a naturalidade de seu talento rockstar. Sem querer mimetizar a estética linquística, quase vazia e elogiosa de blogstars famosos de nossa cidade, Camillo é Metal - leia-se "mãozinha com chifrinhos" e dentes se apertando. E um ponto de exclamação aqui.

Problemas técnicos misteriosos entre os cabos de pedais ou no amp de guitarra acabaram por sabotar mais da metade do show do Turbo, o que irritaria profundamente qualquer guitarrista. Fosse eu, já teria dado uma bica no amp e teria voltado pra Belém de bike, mas não o Camillo. 

Nas duas últimas músicas o Amp não tornou a falhar e foi aí que se viu quem é quem na parada: como de costume, emendou a última canção num instrumental de riffs que praticamente te obrigam a bater cabeça. E os peixe boys, o público local, não se contiveram. Participativos desde o começo, eles enlouqueceram quando Camillo desceu do palco e tocou ao lado do público. Sobre ele, fizeram o montinho mais doido que já vi na vida. Juro que queria ser um bom fotógrafo para poder registrar a montanha de gente enlouquecida se rebolando de um lado a outro.

Provavelmente vou esquecer este dia, porque minha memória é um lixo. Mas se fosse guardar algo, seria a cara de terror de um dos peixe boys quando o guitarrista do Turbo partiu pra cima dele com sua Les Paul adesivada.

E o Pará não tem talento pra fazer Rock? E a gente precisa se amontoar em dívidas morais para poder fazer algo? Precisamos mesmo pisar nos outros e dizermo-nos representantes de uma classe para pleitear junto ao Estado alguma solução para nossa falta de qualidade que atravessa décadas?

Égua! O povo do Pará diz e mostra que não! E viva a Invasão Caipira, que em breve terá mais uma edição em outras cidades do interior.


Diego Atie Fadul
Independentes do Brasil
independentesdobrasil@hotmail.com

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Vocês devem ter percebido...

... que eu fudi completamente o layout do me blog tentando fazer algo que não sei fazer.

Como minha amiga L.E.R. está me matando, vou deixar assim mesmo. Amanhã tento recomeçar do zero.

Fracasso total!

Música, rádio, Internet e Belém.


Deveria adicionar ao título "tédio e vontade de fazer algo", mas ia ficar feio quando aparecesse nos RSS da vida. Aliás, sempre que leio RSS, penso que é um jeito horrível de se simbolizar uma risada. Eu uso "hehe", mas tem gente que prefere "kkk". Outras, o "RSS". Qualquer um diferente do meu me incomoda profundamente, mas é evidente que me irritaria mais ainda se todos passassem a 'rir' como eu. Hehe.


Dois mil e dez é mesmo o ano da invasão da música na vida das pessoas. Além das aparelhagens móveis de Technobrega - que são os carros com som no talo  - a música paraense estará disponível para o mundo de um modo muito acessível.

Além do comentado programa Independentes do Brasil, que vai ao ar todos sábados das 18 às 20h, a Web Rádio IdB também tem se dedicado a cobrir e transmitir eventos como o Grito Rock Belém, e o Grito Rock Abaetetuba, temos o clássico Balanço do Rock, completando 20 anos, muitos deles sob comando de Beto Fares, a verdadeira enciclopédia da história da música independente no Pará, que vai ao ar todos os sábados às 16h. E há, para felicidade geral, um novo programa vindo numa FM, com Nicolau Bates, do blog Qualquer Bossa e presidente da Associação PróRock, ao lado do jornalista e blogstar Sidney Filho. Nicolau me fez mistério sobre qual rádio, mas disse que pretende jogar na web também.

Para não ficar de fora da brincadeira, também criei meu próprio programa. Não rola só independente lá, como é o caso do Programa Independentes do Brasil, mas rola qualquer coisa que eu queria que role - incluindo bandas independentes, que é só mandar pra mim que ponho pra tocar.

Meu programa, Didi+1 (porque a idéia é ser sempre eu, mais 1 convidado), é ao vivo e vai ao ar toda quarta feira às 22h, horário de Belém. O que toca? Wilco, Built to Spill, Echo & the Bunnymen, The Dirty Projectors, Radiohead, Cat Power, PJ Harvey, Pomplamoose e muitas coisas legais assim já rolaram no programa. E espero continuarem rolando.

Então, toda quarta, 22h, Didi + 1, na Rádio IdB.

Grande abraço,

D.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Gabi Amarantos é uma coisa...

... e Techno Brega é outra. Mas parece que só eu vejo deste modo, então devo estar errado.

Por quê? Meu amigo, Gabi é muito sofisticada. Ela tem um objetivo diferente também.

Mas o que importa mesmo é o que segue neste link, sobre a apresentação dela no RecBeat ontem, domingo 14 de fevereiro: http://jc.uol.com.br/canal/carnaval-2010/noticia/2010/02/15/gabi-amarantos-comanda-a-festa-tecnobrega-do-segundo-dia-do-rec-beat-214043.php

Grito Rock América do Sul - aspectos gerais...

... que de tão gerais quase chegam a ser genéricos.


Dadá Maravilha dizia que não existe gol feio, que feio mesmo é não fazer gol. Pelo que entendo, mas posso estar vendo errado, é mais ou menos com este regulamento que o Grito Rock ao redor do país está jogando em baixo do braço.

Pelo menos foi assim em Abaetetuba-PA e suponho que na maioria dos GR's mais afastados das capitais esteja sendo. Mesmo em Belém-PA, apresentado em um local imenso e com ingressos a um preço acima do que se esperava, além da fraquíssima divulgação, tivemos um evento com pouco público e notável desorganização, segundo me foi reportado nos detalhes da trama, o que não comprometeu os grandes shows que se realizaram nesta ocasião, com bandas de Brasília, Macapá, Roraima e locais.

É claro que isso de pouco público não tira nada do grande mérito da rede de articulações do Fora do Eixo e de seu representante no Pará, o Coletivo Megafônica. Retomando o que Dadá dizia e que parafraseei no começo do texto, feio mesmo é não fazer nada. E eles estão fazendo muito.

Entendo que o GR não é a colheita, mas o plantio. As teias de articulação dos coletivos se expandem, fincando bandeiras território a dentro, computando marcos, colecionando números, história e experiência.

Este ano mais de 600 bandas rodaram dentro do circuito gerado no GR. São números absurdos, como, por exemplo, 70 cidades realizando o evento no Brasil, fora Argentina, Peru e Bolívia. É muito difícil conseguir visualizar como pode ao mesmo tempo acontecer tanta coisa no país inteiro. Mas está rolando, veja só: entre as regiões com o maior número de shows encontram-se o sudeste com 208; seguido pelo centro oeste, com 157; norte, com 105; nordeste com 99; e sul, com 74.

Se em 2010 tivemos toda essa revolução dos números, da informação just in time, do hotsite toquenobrasil.com.br, que possibilitou o cadastro das bandas para seleção dos GR's em todo o território nacional, o que podemos esperar para 2011

Os mais chatos dirão que querem mais qualidade e menos propaganda. Os mais legais dirão que é isso aí, estamos na caminhada, um pé na frente do outro, construindo uma realidade que há pouco tempo não se imaginava. Eu? Chatos legais, como eu, só podem aplaudir e lembrar que para existir e se consolidar, um movimento cultural tem que ser, parecer e aparecer. E que aos trancos e barrancos a coisa está vindo pra ficar. É bola na rede que ganha o jogo. Não é, Dadá?


domingo, fevereiro 07, 2010

Motivos do blog estar parado.

Tenho alguns bons motivos para não atualizar este blog com tanta freqüência. O primeiro é que meu pulso, mão e braço direitos estão muito doloridos e me causam um desconforto infinito ao digitar e principalmente ao usar o mouse. O segundo é que estou um pouco ocupado com várias coisas bacanas que têm rolado, como minha entrada pro Independentes do Brasil, meu próprio programa besta, com um nome besta, mas com músicas legais ( Didi +1, quartas, 22h na WebRádio IdB), os projetos pra reformular o IdB, esperando o site ficar pronto, as transmissões do programa IdB (todo sábado, 18h). O terceiro é que fui convidado a escrever no Portal MTv, numa coluna/blog em parceria com Bernie Walbenny e Thiago Viana. Super legal, pelo menos pra mim.

Mas há outros motivos que me afastam deste blog por um tempo. Eu gosto muito de escrever e realmente me faz sentir vivo quando me arrisco falando sobre qualquer coisa, principalmente se nas palavras eu inflamo um amor por um argumento que eu nem sequer acredito na vida real. Também me é muito prazeroso quando as pessoas riem e me dão um bom feedback, seja dizendo que se divertem muito com o blog, seja me dizendo que sou doido e que ainda vou apanhar na rua por dizer o que penso. E muitas vezes eu nem penso assim, só falo pra me divertir. O que é que um gordinho, liso e careca pode fazer pra se divertir nessa vida?

Só que estou tentando desenvolver um bom jeito de botar pra fora o que há de melhor em mim sem precisar falar sobre o que eu sei falar de melhor, que é sobre garotas que não querem caras, sem machucar alguém que goste de mim e que eu goste também.

Coisa difícil de se fazer quando se é um cara egoísta.