quarta-feira, abril 07, 2010

Greve das Navalhas - Violins

Muito fã de Violins, desde o início desta década que findou, sou todo elogios ao Greve das Navalhas. Destaco também o além-música: disponibilizar as 11 faixas para download livre, liberando uma por dia, um primor de sapiência, pontuando a discussão de prazo vencido sobre colocar ou não o disco para download. Compartilhar é a palavra e quem não optar por este caminho, vai ficar com o seu trabalho todinho pra si só, sozinho.



O disco tem uma sensação de fim de mundo entranhada nas belas letras do filósofo Beto Cupertino, mas de um modo bastante esperançoso. De cara, “Comercial de Papelaria”, faixa 2, acerta em cheio o coração de qualquer jovem adulto quando dispara no refrão: “você se parecia criança vendo um comercial de papelaria anunciando o fim das férias, sem alegria plena” ou na última canção do disco, a cruel “Um só fato”, quando na certeza de uma solidão perene é normal sentir como a banda diz: “de fato o mundo perdeu o som. Ninguém mais ouve você e eu. Será que a gente morreu?”. Poderia passar a madrugada inteira citando trechos, mas recomendo uma canção que ainda está disponível no site do Violins: Tsunami, que resume o disco nos seus pontos mais fortes.


Gravado no RockLab, tradicional estúdio goiano, sob produção de Gustavo Vazquez, famoso por produzir os premiados “Artista Igual a Pedreiro”, do Macaco Bong, e o disco de debut do badalado Black Drawing Chalks, além de muitas outras façanhas, Greve das Navalhas, esteticamente, gira em torno das boas melodias e das letras fortes. Os arranjos são bastante enxutos, muito atuais, com boas sacadas e resolvendo questões dentro do clima da música. Nada fica over e tudo está no seu devido lugar, à altura de uma banda que lança seu quinto disco com muita qualidade.


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