quarta-feira, dezembro 30, 2009

Coletivo do Didi

Até te convidaria, mas só eu posso entrar.

Esqueci de confessar.

Como todos devem saber, estive de 5 a 23 de dezembro em Goiânia, gravando com a banda em que toco , em um estúdio muito legal, o Rocklab.


Ficamos hospedados em um apartamento da família da Jordana, cunhada do Felipe, nosso batera. Jordana gente boa que só. Daí que ficávamos Eric, Camillo, Bruno, o próprio Felipe e eu sós no apto, antes desocupado. Fazíamos um barulho considerável, fosse assistindo o 'Pegadinhas Picantes', no SBT, fosse imitando o sotaque goiano e listando os personagens da Hanna Barbera que tinham sido dublados por goianos.



A verdade é que o tempo passava e cruelmente meu nível de paciência com meus amigos ia caindo de uma forma irrecuperável. Quando já era tarde da noite e eles não paravam de fazer barulho, desenvolvi a incrível técnica do sossega neném.


Ia ao banheiro e dava um tempo. Daí eu socava a parede, dava mais um tempo e saía. Eles pensavam que era o vizinho reclamando e paravam. Não sei porque comecei a contar essa porra de história sem graça.




Natal

Já passou, eu sei, mas o blogspot.com estava fora do ar e me fez perder um dos melhores assuntos de qualquer ano. É só fazer uma busca rápida em alguns blogs e ver que a maioria se diverte metendo pau no Natal. É fácil que só, quase como chutar cachorro morto, por isso todos falam mal.


Que o Natal é uma festa capitalista, que perdeu o espírito verdadeiro, que as pessoas confraternizam por obrigação, se abraçam e depois falam mal uma das outras. Muito sério o que vou dizer a respeito disso: foda-se.


O que não falta é gente se fazendo de ofendida no Twitter, chorando pitangas e fazendo a coitadinha por alguém não ter dado 'um feliz natal pra você também'. Ué, tão difícil sacar que você é mala e que ninguém é obrigado a suportar o seu jeito moleca de ser?







Hadoouken!




Copenhagen

Estava fuçando no site do Radiohead atrás da música nova e fiquei um tempão lendo os posts deles. Nos mais recentes, fala-se muito na conferência sobre o clima, que rolou em Copenhagen. Thom diz:



"i guess this time of year is a time for serious reflection and i have been doing a lot of that since coming back from copenhagen.
you know what has stunned me coming back is the anger you can taste in the air about this, everybody i meet wants to talk about it.. everyone is angry and despairing and i have tried to remain positive when i talk to them about it.. it has perhaps awakened something in the back of the mind of sane people throughout the world who perhaps naively assumed that something positive would come of these talks
".









Lembrei agora que o único comentário que ouvi sobre isso foi na maldita reunião de fim de ano da parentada. Um primo jurando que há estudos que indicam que estamos na fase da "noite" do sol - que ele teria um movimento de rotação e que para o astro-rei seria noite. E que a fase do "dia" do sol estaria chegando, conseqüentemente, aumentando a temperatura da Terra. Que os USA sabem disse e que por isso não assinam nenhum acordo. Que o aumento da temperatura no planeta não tem nada a ver com a ação humana e a emissão de gases poluentes.


Certo. Sei.






Voltei.

Oi. Voltei. Pois é, mil anos sem postar, mas porque eu estava me focando no Aeroplanando. Continuarei atualizando lá, porque, como disse em algum lugar, a viagem acabou, mas a missão continua. De qualquer modo, cá estou.

Não que eu esteja reclamando, mas como este blog conseguiu receber mais de 200 visitas este mês, mesmo sem atualização nenhuma?

Bom, voltemos aos trabalhos. Muita coisa pra falar.

Abraço.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Diário de Bordo do Aeroplano.

Evito muito dizer por aí que tenho banda. É horrível ter que responder a perguntas idiotas sobre coisas que as pessoas não fazem a mínima questão de sequer entender.

De qualquer modo, como acho que ninguém que leia isto aqui é desavisado o suficiente pra não saber que toco no Aeroplano ( ou baixa no blog do Azul, o Música Paraense, nossas duas demos anteriores, do tempo em que eu ainda cantava...), vou falar, como já falei antes.

Certo. Vamos viajar neste fim de semana e voltaremos apenas na antevéspera do Natal. Pois é, vamos gravar nosso disco. E, para quem gosta, que sei que tem gente que gosta, além das pessoas que se dizem amigas, digo, enfim, fiquem de olho no nosso blog de viagem, o Aeroplanando. O nome é podre, mas acho que vale a pena.

Pois é.  E se você gosta deste blog aqui, o meu, o Pergunta pro Didi, digo, pra mim, fica de olho lá. Porque provavelmente este blog cá vai dar uma parada até dia 23, já que escreverei no Aeroplanando. Fotos, vídeos e histórias de 5 caras lesos numa cidade que nem conhecem.

Grande abraço a todos.

Se não nos falarmos mais, feliz Natal e coisas boas em 2010.

Se eu morrer, sentirei saudades. Eu acho.

Feios do mundo, uni-vos.

Num momento em que parece ter virado moda as pessoas se aviltarem diante de piadas de gosto duvidoso ou que não tenham a devida certeza de ser politicamente correta, vou-lhes dizer: fico puto com esse papo de quotas para negros, seja em Universidades, seja em elenco de novela de época, filme de terror, seriado adolescente ou boyband que já nasceu fracassada.

Deixando toda a questão objetivamente séria de lado, qual seja todo o processo histórico de formação da nossa sociedade e da má distribuição de renda, que todos já sabemos, gostaria de dizer algumas palavras e nelas edificar uma bandeira que há muito tempo defendo sozinho, mas de hoje em diante, ou pelo menos quando eu voltar de viagem, tipo lista das coisas que quero fazer no ano que  vem, representarei os feios do mundo inteiro, como presidente do Feios Unidos.




Presta atenção: você, pessoa bonita, acha mesmo que ser feio não é motivo para termos quotas? Se todas as categorias que têm este direito se baseiam no argumento de que enfrentam uma dificuldade maior e que devem ser equiparadas em percentuais para que não haja uma competição direta entre suas habilidades e as das pessoas que tiveram um caminho mais usual na vida, veja só, igualar os desiguais na medida de suas desigualdades, já diria o melhor livro de Direito.

E as pessoas crêem mesmo que gente feia não passa por dificuldades devido a essa desigualdade de possibilidades? Imagina o que é um sujeito tipicamente brasileiro, amazônida, nariz de batata, testa oleosa, cabelo liso e fininho, com aquele corpo de senhora, empapado sob o terno mais barato que conseguiu comprar competindo ao lado de uma uma garota que vem de uma linhagem européia, onde as raças já vêm sendo apuradas há muitos milhares de anos, em que a disputa dos espermatozóides é muito mais ferrenha, o furico da peneira é bem fininho, só os grãos mais refinados passam, de modo diferente do que encontramos aqui, uma mistura de raças ainda em fase de testes. Sai cada ornitorrinco...


Fato é que eu pleitearei pelo direito a meia entrada no cinema, passe livre nos coletivos, percentual de quotas em concursos públicos e vestibulares e bolsa cirurgia plástica. Porque estamos em pleno século XXI e os feios ainda são tratados como uma subcategoria da humanidade. Chega! Nem nos programas de TV a gente existe mais. E as pessoas colocam gordos na Malhação só pra parecer que há diversidade. Gordo é gordo, porra, feio é feio. Tem gordo feio, tem gordo bonito. Nem todo gordo é feio, nem todo feio é gordo. Enfim, deu pra entender.


Feios do mundo, uni-vos! Mas só quando eu voltar, ano que vem, depois do Natal e ano novo.