quinta-feira, dezembro 03, 2009

Feios do mundo, uni-vos.

Num momento em que parece ter virado moda as pessoas se aviltarem diante de piadas de gosto duvidoso ou que não tenham a devida certeza de ser politicamente correta, vou-lhes dizer: fico puto com esse papo de quotas para negros, seja em Universidades, seja em elenco de novela de época, filme de terror, seriado adolescente ou boyband que já nasceu fracassada.

Deixando toda a questão objetivamente séria de lado, qual seja todo o processo histórico de formação da nossa sociedade e da má distribuição de renda, que todos já sabemos, gostaria de dizer algumas palavras e nelas edificar uma bandeira que há muito tempo defendo sozinho, mas de hoje em diante, ou pelo menos quando eu voltar de viagem, tipo lista das coisas que quero fazer no ano que  vem, representarei os feios do mundo inteiro, como presidente do Feios Unidos.




Presta atenção: você, pessoa bonita, acha mesmo que ser feio não é motivo para termos quotas? Se todas as categorias que têm este direito se baseiam no argumento de que enfrentam uma dificuldade maior e que devem ser equiparadas em percentuais para que não haja uma competição direta entre suas habilidades e as das pessoas que tiveram um caminho mais usual na vida, veja só, igualar os desiguais na medida de suas desigualdades, já diria o melhor livro de Direito.

E as pessoas crêem mesmo que gente feia não passa por dificuldades devido a essa desigualdade de possibilidades? Imagina o que é um sujeito tipicamente brasileiro, amazônida, nariz de batata, testa oleosa, cabelo liso e fininho, com aquele corpo de senhora, empapado sob o terno mais barato que conseguiu comprar competindo ao lado de uma uma garota que vem de uma linhagem européia, onde as raças já vêm sendo apuradas há muitos milhares de anos, em que a disputa dos espermatozóides é muito mais ferrenha, o furico da peneira é bem fininho, só os grãos mais refinados passam, de modo diferente do que encontramos aqui, uma mistura de raças ainda em fase de testes. Sai cada ornitorrinco...


Fato é que eu pleitearei pelo direito a meia entrada no cinema, passe livre nos coletivos, percentual de quotas em concursos públicos e vestibulares e bolsa cirurgia plástica. Porque estamos em pleno século XXI e os feios ainda são tratados como uma subcategoria da humanidade. Chega! Nem nos programas de TV a gente existe mais. E as pessoas colocam gordos na Malhação só pra parecer que há diversidade. Gordo é gordo, porra, feio é feio. Tem gordo feio, tem gordo bonito. Nem todo gordo é feio, nem todo feio é gordo. Enfim, deu pra entender.


Feios do mundo, uni-vos! Mas só quando eu voltar, ano que vem, depois do Natal e ano novo.


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