quarta-feira, novembro 25, 2009

Pesquisa Interativa do Didi #1

Lembrei que há muito tempo, lá pra 1999, 2000, sei lá, por aí, quando ainda se usava o elegantíssimo mIRC, antes do "não sei dar hadouken"-MSN, eu tinha inventado uma tal de "Pesquisa Interativa do Didi", que rolava lá pras três da manhã. Coisa de garoto de ... sei lá, 16, 17 anos e consistia em perguntar algumas intimidades das meninas, só pra saber se elas iam falar mesmo.

Nem lembro quem, mas alguém comentou sobre isso um dia desses e me disse pra voltar a fazer essa palhaçada aqui pelo blog. Eu duvido que tenha gente cara dura o suficiente pra responder as perguntas nos coments, né, mas vamo lá. Sempre para as garotas, claro.

Pesquisa Interativa do Didi #1

O que é melhor: 1) Um cara alto, rosto com traços retos, queixo quadrado, nariz pontudo, bem afeiçoado, ombros largos, braços fortes, que te proporcione tranqüilidade, mordomia, te busque e deixe em casa, jante fora toda semana, viaje de vez em quando, e que seja ruim de cama; ou 2) um cara com beleza razoável, mediana rasteira, pra baixo e realmente bom de cama?

Respondam.

Queria esclarecer algumas coisas.

Rapidinho, até porque acho chatão fazer isso. Não sei bem quantas pessoas lêem isto aqui e nem o jeito que elas lêem. Outro dia peguei um blog linkando pra cá e metendo o cacete nas coisas que eu falo. Até esqueci o link da imundície, mas tudo bem. Ontem vi no Orkut alguém também fazendo referência a um post cá sobre o festival que aconteceu na semana outra, também passando a benga. Mesmo um site do qual sou colaborador como colunista linkou este blog no twitter chamando-o de polêmico. Alguns amigos já comentaram entre si dizendo que me dedico a maldizer alguns trabalhos, principalmente relacionados a bandas e tudo mais. E muitas outras coisas que nem me lembro.

Sei que beirando os 1500 views, que definitivamente não sei o que isso pode significar, preciso dizer que este blog não é sério. Quase nenhuma opinião aqui é séria. Não sou crítico de música, nem de nada. Só falo por falar, escolhendo as palavras mais fáceis e engraçadas que descem dos dedos e vão pras teclas.

É que ninguém tem paciência pra me esperar falar pessoalmente, então resolvi escrever. E fazer piada. Enquanto as pessoas estiverem rindo, poxa, to rindo também.

Nem lembro que me disse, mas quando a gente se leva muito a sério, corre o risco de ser o único. Já aconteceu comigo e eu não quero que aconteça nunca mais.

Grande abraço.

D.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Eu gosto mesmo é de quando as coisas dão errado.

Cai cai, balão, aqui na minha mão.



Via http://twitter.com/FAILBlog

Vida de Merda.

Veja só, o avião não caiu, mas acabo de descobrir que em 4 dias tenho que fazer muito mais coisa do que no ano inteiro - isso se não resolverem cancelar minhas férias. Mesmo que resolvam, aviso logo, estou pouco me fudendo. O governo do estado do Pará não vai pagar minhas passagens e o contrato com o estúdio de volta mesmo, então...

Fato é que acabo de vir de uma reunião com a SEAD, SEFA e outras secretarias chatas e descobri que minha vida lá onde trabalho está mais ou menos assim:


Falando em vida de merda, dá uma olhada nesse site super legal:


É como diz o link aí em cima, "minha vida é uma merda, mas eu não dou a mínima".

sexta-feira, novembro 20, 2009

Se eu morrer.

Vou viajar neste sábado, mas volto domingo. Eu acho.

Se meu avião cair na ida ou na volta, gostaria que minhas coisas, amp, cabos, mics, guitarras e pedais, fossem divididas entre o Camillo e o João, mas que continuassem sendo de uso da galera, com a condição de não emprestá-las para pessoas de coração ruim ou que não saibam se vestir bem. Ou que escrevam errado - essas, definitivamente.

Se acharem meu corpo, façam o favor de não chorar no meu enterro. Pelo menos não de um jeito deselegante e desagradável. Aliás, enterro não, porque prefiro ser cremado. Na verdade, preferia ser mandado pra fora da Terra, numa cápsula espacial - pode até ser pra ficar em órbita - mas deve ser complicado fazer isso, então pode cremar. Mas não deixem ninguém me guardar num potinho na sala de estar. Isso é degradante e brega.

No mais, foi muito interessante conhecer alguns de vocês. Aos amigos próximos, saibam que por mais egoísta que eu possa ter sido, gostei de verdade de vocês. Aos amigos distantes, todos nós ocupamos a máxima posição que pudemos em nossas vidas - não deixou de ser bom e verdadeiro. Paciência. Aos inimigos, vão se fuder. À namorada, saiba que você foi especial. Às ex, tiveram sorte. Às que me queriam, foi uma pena, mas não rolou. Às que nunca me quiseram, peguem o embalo dos inimigos e vão se fuder também.

Um grande abraço.

quinta-feira, novembro 19, 2009

Rapidinha com Didi #7

Hoje fiz duas listas e não sei qual me deixou mais triste: 1) com todas as pessoas que eu nunca vou comer;  e 2) com todas as pessoas que eu nunca mais vou comer.

quarta-feira, novembro 18, 2009

Lançamento do Circuito Fora do Eixo no Pará

Belém vive um segundo semestre em que as datas de eventos se espremem no calendário para caber em cada fim de semana vago. Isso é fantástico. Pergunto-me se seria o vislumbre da tal sonhada manutenção da cena alternativa que chegará algum dia, com festas interessantíssimas em todo fim de semana ( e algumas pelo meio, como é o Casarão Live, às quintas no Café com Arte).


Seguindo esta época em que parece ser fácil se fazer história, o Coletivo Megafônica realiza o Lançamento do Circuito Fora do Eixo no Pará, firmando-se como ponto estratégico para ações culturais desta organização,  que, entre muitas outras coisas, é uma rede de mais de 40 Coletivos espalhados pelo Brasil de Norte a Sul.



Para tanto, o Coletivo Megafônica trouxe a banda que é a vedete maior deste modelo de organização e articulação destes vários núcleos de produção cultural, o Macaco Bong. Kayapi, Ney e Ynaiã formam uma das mais bem sucedidas bandas no esquemão do it yourself, que já rodou o Brasil todo, além de passagens pelo Canadá e pela Argentina, tendo, inclusive, seu disco "Artista Igual a Pedreiro" sido aclamado como o melhor disco de 2008 pela revista Rolling Stone. Além de os caras serem três bonitões super legais e de tocarem muito.







Oficinas


Antes do show, rola uma programação interessantíssima de oficinas com a banda. Confira, nas palavras do Coordenador de Comunicação fantasma do blog da megafônica:


A programação começa na quinta-feira (19) com Oficinas com os integrantes da banda. Ás 17hs, na loja Ná Figueredo (Av. Gentil Binttencourt, 449) acontece a primeira delas, tendo como tema Web Rádio, com Ney Hugo, baixista da banda, que faz parte do núcleo de comunicação e web rádio do Circuito Fora do Eixo. Logo em seguida, às 18hs, dessa vez no Casarão Cultural Floresta Sonora (Av. 13 de Maio, 363), o tema é Sonorização e Produção de Palco, com Kayapy e Ynaiã (guitarrista e baterista da Macaco Bong, nesta ordem), que fazem direção de palco do Festival Calango (MT) e sonorização do Espaço Cubo - Coletivo que fazem parte em Cuiabá.

Na sexta-feira é a vez da Macaco Bong, com um lastro invejável, fazer uma oficina cujo tema é Auto Gestão de Carreira no Mercado Independente, direcionado à bandas em geral. O local é a loja Ná Figueredo
."



Só não me perguntem como se inscrever, porque eu não sei. Não achei em lugar nenhum.


Além do Macaco


Johny Rockstar e Sincera, dois dos três melhores shows do Festival Se Rasgum IV, também emprestarão toda a sua qualidade no palco ao evento. A primeiro, às vésperas do lançamento de seu disco, com o fã clube mais atuante da cidade e um show que hit na cabeça do começo até o fim; a segunda vinda de quatro GRANDES festivais - Calango (AC), Varadouro (MT), Quebramar (AP) e Se Ragum (PA) já acumula uma baita moral diante de produtores e público.


Serviço:
Lançamento do Circuito Fora do Eixo – PA
Com Macaco Bong (MT), Johny Rockstar, Floresta Sonora, Sincera e Djs Megafônicas
Dia 21, sábado, no Espaço Cultural Cidade Velha (antiga Sarajevo, na praça do Carmo). A partir das 21h.
Ingressos antecipados $10 (na loja Ná Figueredo) e $15 no local.






segunda-feira, novembro 16, 2009

Aspectos gerais sobre o Festival Se Rasgum IV - 2009

Sexta feira 13, com toda sua natureza cabalística, lançou seu véu de sucesso sobre o primeiro dia do festival, que imagino ser o mais tenso para os organizadores. Acho que a bênção de Jason Voorhees foi tanta que transbordou à data e alcançou o resto do festival todo.


Quando na véspera eu disse a Marcel Arêde, um dos responsáveis pelo evento, "começa amanhã, né?", ele me respondeu "pra mim começou já tem mais de duas semanas", fiquei tentando imaginar o peso das obrigações que devem recair sobre os ombros destas pessoas brancas que parecem passar uns vários dias sem dormir e sem tomar banho, usando a mesma camisa suada por três dias inteiros. Acho heróico isso. Não a parte de não tomar banho, mas se dedicar de um jeito tão intenso que chega a ser bonito, mesmo para um cara chato e antipático, como eu.

Este ano o Festival Se Rasgum ganhou forma de um evento realmente grande, com pelo menos 2 headlines de peso nacional incontestável. Não que as suas edições anteriores não tivessem tido toda a estrutura que credencie um festival como grande, mas este ano a coisa se deu de maneira diferente. Só de ver o nome do evento ultrapassar a linha vermelha que separa as pessoas normais das que vivem no universo paralelo do mundo independente, com a logo passeando por toda a cidade em propagandas em ônibus e vários carros adesivados rodando por aí, além de milhares de notas sassaricando no twitter sobre o evento, já dá uma idéia do que o festival será no futuro: não mais um nicho específico de vertente de produção cultural, mas a certeza que Belém terá sobre este festival que acontece aqui, e não num universo paralelo dissociado desta realidade. O Se Rasgum se tornará uma data no calendário da Belém real.

O Não Rock


Falando em segmentação, nitidamente a produção artística do evento largou as mãos do Rock. Ou melhor, preferiu abrir uma roda, com várias mãos dadas, além do referido estilo. Acho que fica mais justo dizer assim. Mas, falando em justiça, devo dizer que nessa ciranda, o Rock, principalmente o local, ficou distante das mãos da produtora, quase entrando num esquema de quotas. Não estou reclamando, só reportando. Só vou reclamar em outro parágrafo.

Techoshow, Bonde do Rolê, Marku Ribas, Pinduca e Música Magneta, entre outras, deram o tom de mistureba popular cultural ao evento. Particularmente, Pio, Dj Dolores e Vieira (que formavam o M. Magneta) e Pinduca foram interessantes de se assistir. Fora isso, não consegui me maravilhar. Desculpa minha falta de sensibilidade. Mas agradeço ao festival por nos proporcionar esse encontro entre artistas, no geral, tão diferentes que dificilmente aconteceria em situação outra qualquer.

Além da música

Aliás, este foi o ponto que, agora sim, me deixou fascinado: a profusão de diferentes tipos de pessoas e de músicas, de roupas, de comida, de discos, de tatuagem, de piercing; com coleta seletiva; com wi fi livre, com workshops, com palestras; o Rui apresentando muito bem as bandas, mesmo falando mais merda por segundo que qualquer ser humano já falou; com grafite e com uma porra de um ralf e uns skatistas que não se cansavam de ficar pra lá e pra cá a noite toda, naquele esporte sem objetivo nenhum. Mas era bem legal de estar presente no meio daquele turbilhão de coisas acontecendo. Fazer parte da história sendo produzida é uma sensação muito boa - provavelmente a melhor de todas as coisas que eu já fiz, mesmo parado, só observando e tentando não esquecer de nada pra poder escrever cá neste blog.

Headlines





De cara confesso que eu sou muito fã do Nação Zumbi, mas sou obrigado a dizer que esperava mais do show. Me surpreendi com o Du Peixe como frontman e com o jeitão extrovertido no palco do Lúcio Maia, que eu pensava ser mais contido, como todos os guitarristas que eu gosto. É uma baita banda, mas que me cansou a certa altura do show. Fiquei triste por o som não estar como deveria até perto do fim.


Falando em som bom, o Pato Fu afastou a idéia de apresentação monótona e meteu ficha na simpatia e na perfeição do áudio e do timing com a programação de midi (que há quem resuma o conceito em playback), sem falar na iluminação super bem feita. Ai um mapa de iluminação na minha vida... Mas há quem diga que todas as piadinhas  e falas com o público são ensaiadinhas e repetidas idênticas de shows em outros lugares. Enfim, foi legal de se ver. Admirável pela disciplina e pela técnica.




Não vi o Velhas Virgens, mas todo mundo diz que foi um showzão. Sei que no Matanza as pessoas ficaram loucas. Eu nem sabia que essa banda era grande. Um ruivo com o cabelo todo cheio de pontas duplas e quebrado, um filhinho de papai metido a cantar hinos que lembram muito aquele personagem do Tom Cavalcante, o Pit Bicha. Sabe? Um lance meio de "sou muito macho, até debaixo de outro macho". Bom, eu acho a banda uma merda, mas muita gente gostou, gritou, esperneou...




Os melhores shows





Houve dois momentos de gazelagem da minha parte neste festival: 1) Eletrola tocando "Antes do fim", no Palco Laboratório. Eu até parei de filmar o show, fiquei na minha, miúdo, quieto, me arrepiei, de verdade. Juro que quase cai a lágrima; e 2) Sincera tocando Admitir. Que música intensa! Fudida!

Vou começar pelas exceções: 1) AMP, de Pernambuco, que deve signifcar Alto Mesmo, Porra!, ou coisa do tipo. É pra quem gosta de guitarra, stonner, captação EMG, tudo grave, pegada forte, porrada na cabeça e de ROCK no seu sentido mais puro. Bem legal. Só tinha ouvido as músicas no Myspace meses antes de eles serem anunciados no Se Rasgum, mas é como Fernando Rosa diz, sobre termos que ver as bandas ao vivo pra saber o que elas realmente são. E 2) GORK. Convesando com o próprio Jesus Sanchez, baixista do Gork e do Los Pirata, eu disse "showzão ontem" e ele "é só putaria, né, cara" e sorriu. É muito fácil fazer uma boa apresentação com guitarra com timbre lindo e perfeitinho, letras edificantes e vocais melodiosos, mas usar uma Gibson Black Beauty e tirar um som horrível, numa métrica toda cortada, numa música falada, vestido de um jeito ridículo, com letras do tipo "Pode parecer mentira, mas eu sou um vampiro. Minha mãe é uma cigana, meu pai é o Biro-Biro!" é só pros melhores. Ambujamra é o cara! 


Agora vamos para a regra: sem querer ser pedante ou bairrista, duvido que alguém discorde do fato de que as bandas paraenses fizeram os melhores shows do festival todo. Vou na ordem: a interessantíssima apresentação do The Baudelaires, desfilando uma coleção de temas de grande qualidade abriu o festival; Ataque Fantasma foi embananado pelo som do palco grande, mas mesmo assim foi bastante competente; Aeroplano fez uma apresentação condizente com quem está afiado o suficiente para entrar em estúdio; Juca Culatra é o showman de Belém; Johny Rockstar fez um dos três melhores shows do festival inteiro; o outro foi do Sincera; e o outro foi do Delinquentes, que chamou o terceiro dia de 'noite do caos'. Jayme Katarro é foda!

Não que eu queira ser chato e cospir no prato em que comi, mas, sério, não é patente, pra não dizer gritante, que as bandas locais atraem público, agitam muito os shows, e merecem um horário melhorzinho? Não digo isso nem querendo puxar o tapete das bandas de som mais... regional, mas batendo de frente com o que é rock mesmo, tão genéricas que mostraram, no máximo, guitarras bonitas ou integrantes bonitas. Tão significativas que foram que eu não saberia nem dizer quem é quem se me perguntassem. Fica uma sugestão, como público que sou, para o Festival, que observe que as bandas locais merecem horários melhores, para o bem do próprio evento.


A gente sempre ouve, quando termina uma edição do Se Rasgum, que será o último, mas torce muito para que seja só o cansaço falando alto e da boca pra fora dos corações dos organizadores. Parabéns a todos, público, bandas e produção. Obrigado por me deixarem participar um pouquinho da feitura da história da sociedade em que vivo e espero que tenham gostado deste resumão gigantesco e, ainda assim, omisso em muita coisa.


quarta-feira, novembro 11, 2009

O enterro digno do Eletrola.

Não sou ninguém pra dizer isso, mas, se dividirmos a história do rock paraense, teremos a velha, de 2000 pra trás e a nova, de 2002 pra frente. A primeira abarca todas as bandas oitentistas que acabaram ganhando um status respeitoso - acho que tem a ver com respeitar os mais velhos, não sei - e de quase intocáveis. Tanto que algumas ainda hoje teimam em não dar um último suspiro, ao lado das que se renovam sempre e com muita qualidade - Delinquentes, por exemplo. Gosto de incluir neste grupo as que pertencem ao final da década de 90 e mordiscam o início do século XXI, como Caustic, Stigma, Step 2, Berkana, No Exit (antes de ser Avens) e outras, que traduziam muito bem o que era o underground, com a maioria tocando no idioma inglês, numa cena que mais parecia um Big Brother Belém.

Por que eu chamo isso de parte velha da história do rock paraense? Porque, a partir de 2002, as coisas começaram a mudar. Uma banda e um produtor foram capazes de reformular todo o conceito de show, de festa, de rock, de underground, de roupa, de instrumentos, de diversão, de cena, de noite, de divulgação, enfim, de tudo, absolutamente tudo que trata de tocar em uma banda autoral em Belém.


O Eletrola era formado por Eliezer Andrade, com todo o seu talento hitmaker que já mostrava futuro, além do carisma quase calculista, no vocal e guitarra; Camillo Royale, o eterno guitar hero de Belém, o cara que quebrava amps e instrumentos, enlouquecia no palco, na guitarra; Natanael Andrade, até então apenas irmão do vocalista, no contrabaixo; e Andrea, a garota que devia receber mais cantadas por noite de show de toda a região norte - até eu dei as minhas, confesso, na bateria. Pra quem não viveu aqueles tempos, não faz idéia de como o Eletrola participou da vida de todos os jovens que se ligavam em música independente ( ninguém nem se chamava de independente), seja público, seja integrante de outra banda, não havia quem não comentasse sobre o Eletrola, gostando ou odiando.

Num efeito concomitante, que muito me parece que foi o destino quem nos proporcionou, o Suzana Flag e o Stereoscope, lançaram cada um seus incríveis discos "Fanzine" e  "Rádio 2000", debutando para o mundo para logo cair nas graças do público paraense e chamar atenção de produtores de fora ( o gordo Miranda e uma ruma de gente, pelo SF; Fernando Rosa, pelo Stereo).

A FUNTELPA, via Tv e Rádio Cultura (esta, sob a batuta do grande Beto Fares), à época do visionário e competentíssimo Ney Messias Jr., abanou o carvão do rock paraense de um jeito que bate uma tristeza e uma saudade, só de lembrar. Todo sábado de manhã, no extinto Cultura in Concert, Ney Messias comandava o horário da música feita no Pará e quase sempre tinha banda de rock. Foi uma época em que se criaram e proliferaram os "Café" alguma coisa da vida, como o Café com Arte, Café Taverna, Café Pará, e foi por nessa onda que surgiu a (ainda DançumSe Rasgum. Sem contar a extinta Lithium e o Expresso da Meia Noite, além dos bares da Cidade Nova, com o Eclipse, Pará-o-Bar e outros que esqueci o nome.

Voltando ao Eletrola.

Não dá pra falar da banda e do movimento que reformulou, meio sem querer, por sinal,  o modus operandi de cada banda que viria depois dessa época, sem falar em Alex Queiroz, ou Alex Zamba. Ou Corujinha, o produtor executivo, sobre o qual recaem diversas acusações e lendas, mas não vem ao caso falar sobre isso.


Alex veio não sei de onde e com uma visão impressionante salpicou os primeiros lampejos do que seria produção estética, visual e conceitual em uma banda de Belém. Adeus fotos de divulgação ridículas, adeus bandas que dizem "ah, não sei qual o nosso estilo". Adeus blusas sem estilo, tênis reebok e bermuda!


Com Alex, o Eletrola deixara de ser uma simples banda de rock que tocava "ah, não sei, é uma mistura de foo fighters com... weezer... com... " pra ser Rock 'n Roll Tutti Frutti, seja lá o que for isso. Mas funcionou. A banda gravou um CD na sala da casa de um amigo, desafiando todas as regras da falta de dinheiro. O pior é que o disco ficou legal e ainda é um dos favoritos de muita gente até hoje, além de ter sido escolhido como um dos 50 discos independentes mais importantes da história. Eles trouxeram o Autoramas e MQN pela primeira vez a Belém. E O Eletrola tinha um clipe passando na MTv! Tenho pena de quem nunca cantou "Meu amor, uh uh uh...".





Depois do clipe e do disco, a banda rodou metade do país, varando pelo Goiânia Noise, e passando por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, sei lá mais por onde, ao lado de bandas como Cachorro Grande (foto), contabilizando mais de 40 dias fora desta capital paraense, acompanhados do, até então quase anônimo, Renato Reis, que ali dava os primeiros passos para ser um dos mais renomados fotógrafo do meio independente do país, ou coisa do tipo.

Ocorre que, devido ao desgaste brutal da turnê, que só fez acentuar diferenças pessoais e as dificuldades de se sustentar uma banda sem toda a estrutura que se precisa, digo, ainda mais quando se é novo, como eles eram, tem uma hora que tudo vai pro saco. Ao voltarem a Belém, foi inevitável o término da banda. Pegou os paraenses de surpresa.

Do fim do Eletrola, quase de bate-pronto veio o Johny Rockstar, com os irmãos Andrade. Um ano depois, o Turbo, com Camillo.Bandas que até demoraram pra engrenar, mas que hoje se desvincularam completamente da sua antecessora e hoje são duas das cinco mais importantes bandas de Belém e estão entre as 10 mais interessantes de rock do norte, com certeza.

Arrisco-me a dizer que o Eletrola foi o elemento aglutinador e responsável pelo que temos hoje. Claro que não foi só a banda quem deu origem à atual conjuntura da cena local, mas, de um modo ou de outro, foi uma das principais responsáveis por unir as mãos de todos que estão atuando ainda hoje. Quando a banda se foi, para todos nós parecia que se tinha ido um parente. Foi triste, meio desolador. Mas... lembrando agora tudo o que se passou naquela época, parece até meio mágico. Belém era quase Seattle de Kurt, era quase Recife de Chico Science, era quase Liverpool de Lennon, Paul, Ringo e Harrisson.

Ia terminar o texto neste parágrafo de cima, mas quero evitar a má impressão terrível do quase. Tem gente que chora à míngua reclamando de Belém ser a eterna quase-city, mas prefiro entender que nada se perdeu, como se precisássemos começar tudo de novo. O trabalho continua, e hoje é tão mais bonito, em diversas frentes de batalha, seja com a Se Rasgum, seja com a Pro Rock, seja com o Coletivo Megafônica/ Circuito Fora do Eixo, seja com a Associação Paraense de Rock, seja sozinho, nós estamos nisto porque isto está em nós, rockstar fajutas que somos, deste mundo paralelo que é o meio independente. É a nossa vida.

Valeu, Eletrola, por mudar a minha vida e a história da minha cidade!

Vamos ao enterro digno do Eletrola, no dia 13, sexta, às 23 horas no Palco Laboratório no Festival Se Rasgum. BAIXE o CD no Blog do Azul, o Música Paraense, e cante todas no show!

Pomplamoose

Pra você que insiste em dizer por aí que eu sou um homem sem coração, minha mais nova paixonite:



Preciso dessas músicas pra ouvir na viagem.

Twitter mudou o mundo.

Aqui vai um texto simples e genial sobre o Twitter:

Fonte: http://www.mcorporation.com.br/movimento-twitterario8/

Movimento Twitterário #8

twitter-bird-cage

@Jureminha89
– Não se mexe.
Eram 4 da tarde quando Jurema sentiu o cano gelado do revólver 38 do bandido entre a penúltima e a última costela.
– Abre a porta e entra sorrindo, como se fôssemos amigos – disse o bandido, bem vestido e sem aspecto ameaçador.
Obediente, Jurema entrou no seu prédio, no número 3422 da Avenida Nossa Senhora de Copacabana. No elevador, suas pernas tremiam. Chegaram a seu apartamento, o 1506. Ninguém em casa, Jurema morava sozinha.
– Fecha a cortina.
– Claro.
– Onde fica o cofre?
– Não tem cofre. Guardo o dinheiro naquela gaveta.
– Então vai lá e pega. Mas sem graçinhas, viu?
– Olha, eu quero colaborar.
– Quer? Então diz aí, cadê as jóias?
– Não tenho jóias.
– Olha…
– Juro…
Subitamente, um rascante som de sirene irrompeu o ambiente, quebrando o silêncio, mas não a tensão. Na rua, três carros de polícia com policiais fortemente armados posicionaram-se em frente ao edifício. Ao lado deles, cinco carros da Imprensa, nacional e internacional. O drama de Jurema estava na TV. E o mundo passou a mirar aquela fresta de janela no 15º andar de um prédio até então qualquer.
Poucos minutos depois, para alvoroço geral, Jurema apareceu na janela. Trazia o seguinte cartaz, escrito em letras de forma: “ELE VAI SE COMUNICAR ATRAVÉS DO MEU TWITTER”. Em seguida outro cartaz dizia “SIGAM @JUREMINHA89”. Em minutos, o Twitter @jureminha89 era o mais seguido da internet em todo o mundo, atingindo 4.342.653.230 seguidores. Todos apreensivos pela primeira mensagem. E ela veio, traduzida pelo @translatingjurema, prontamente criado por um professor de português e inglês.
@jureminha89: Quero um carro blindado com um motorista.
Em seguida, milhões de RTs. Milhares de replies. Três foram os posts mais retwittados.
@marciopereira: @jureminha89: Blindado? Meu tio tem uma loja de blindagens. Telefone 2032-3213. Faz em 2 dias.
@albertopinto @jureminha89: Com esse trânsito, tomara que a blindagem seja boa, porque a polícia vai atirar de perto.
@pedromancini @jureminha89: Pede um helicóptero, burro.
A polícia rapidamente cadastrou-se no Twitter com o nome de @PMilitar e usou a foto do Capitão Nascimento como avatar. @PMilitar logo passou a seguir @jureminha89, mas não sem pedir para que a mesma a seguisse. Assim que ela obedeceu, @PMilitar enviou uma DM para o facínora:
@PMilitar d @jureminha89 Calma. Está tudo bem aí?
@jureminha89 A polícia me mandou isso por DM: “Calma. Está tudo bem aí?”
@jureminha89 Tudo bem é o caralho! Meu blindado com motorista. Ou o próximo post da jurema será póstumo.
A polícia, vendo que seus DMs seriam publicados pelo bandido, passou a twittar publicamente.
@PMilitar Precisamos de uma prova de que a moça está bem.

@jureminha89
 Cliquem nesse link, seus merdas: http://twitpic.com/p3jka
Um link do Twitpic mostrava Jurema tranquila, com um sorriso para a câmera. Alívio geral. Deboche também.
@julinho Gostosa essa @jureminha89, hein? Morre fácil.
@chico_xavier @jureminha89 Fica tranquila, menina, se você morrer pode se comunicar com a família através de mim.
@brunoXC @jureminha89 #freejurema.
Percebendo a proporção que o fato tomou e testando vaidosamente o poder do Twitter, o assaltante disparou o seguinte post:
@jureminha89 Se a tag #freejurema não entrar nos Trending Topics em uma hora, a moça morre.
Esse post foi o suficiente para que, em 10 minutos, #freejurema liderasse os Trending Topics do Twitter.
@jureminha89 @PMilitar Viu, seus babacas. Eu e o povo queremos libertar a moça, mas sem o carro e o motorista, nada feito.
@PMilitar Se entrega, prometemos não agredir você.
Segundos depois, pra surpresa geral, @jureminha89 publica o seguinte post:
@jureminha89 Agora quem tá escrevendo é a Jurema. Pai, mãe, eu amo vocês. Por favor, entreguem o carro.
Uma equipe da Rede Globo na casa dos pais de Jurema mostrou ao vivo a reação da família. A mãe se benzeu, o pai apertou o terço com força. Dois tios se abraçaram. Segundos depois, o perfil @familiadajurema publicou uma foto com a família toda segurando uma placa, na qual se lia “Juju, te amamos!”.
@jureminha89 Sou eu de novo, o bandido. Cadê meu carro?
@PMilitar Está a caminho…
Nessa altura, tanto a twittosfera quanto a mídia tradicional em todo o mundo só  falava do caso Jurema. O planeta parou para acompanhar o sequestro. Orações em diversas línguas, para diversos deuses, foram postadas no Twitter.
Passou-se uma hora sem comunicação alguma entre ambas as partes. Nem @jureminha89, nem @PMilitar twittavam. Até que Jurema twittou.
@jureminha89 Gente! O bandido fugiu pelo terraço. Mas me obrigou a esperar 10 minutos antes de divulgar. Estou LIVRE!!!!!!!
Segundos depois, a polícia invadiu o apartamento. Com lágrimas nos olhos, Jurema abraçou um policial. Em meio à comoção, um único pensamento assaltava seu pensamento: “Como é fácil conseguir bilhões de seguidores com uma pequena mentira”.

terça-feira, novembro 10, 2009

Da série 'Se a vida fosse...'

Enquanto escrevo, ouço uma tal de Pomplamoose, que recomendo fortemente a qualquer um que termine a noite sozinho, como estou agora. - Rapidinho... acho que é Pomp - Lamoose que fala. É? Ouçam enquanto rola o texto.

Se a vida fosse uma sorveteria, cada um de nós teria um tipo de sorvete como favorito para ter consigo. Parece até muito simples, pode até ser divertido, mas, imagina, dar preferência absoluta àquele sabor em detrimento de todos os outros... e, a priori, pra sempre! Não sei não. Soa muito cruel aos meus ouvidos. Como se o destino te oferecesse um sem número de fios de lã pra seguir em diferentes direções e você cortasse todos, deixando apenas um, que só vai te levar a um único lugar.

Se a vida fosse uma sorveteria, o sorveteiro seria Deus. Você seria sincero com Ele e consigo mesmo toda vez que pedisse o mesmo sabor, sempre e sempre. Agora, imagina que o seu preferido seja milho verde, o ama e é apaixonado por ele, mas que você tem uma baita vontade de chupar um de tapioca. O que acontece? Ainda assim você fica com o de milho verde.

O tempo passa e a vontade de meter o linguão no de tapioca só faz crescer, como se ela se acumulasse no seu espírito ao longo dos dias, meses, anos a fio, de um modo que não dê mais para esconder. De repente, você já não tem mais só a vontade definida e restrita de provar o de tapioca, como outrora; agora não controla os anseios por cair de boca em qualquer outro sabor que esteja disponível, que não seja o de milho verde. Por quê?

Acontece aí uma sobreposição de efeitos reversos de causa e conseqüência que se refletem na certeza absoluta de que nada vai mudar até o fim dos seus tempos aqui neste planeta. Ou seja, quando você ignora o seu desejo pelo sorvete de tapioca, que não é o seu preferido, e que você não vai trocar pelo preferido, digo, o preferido sempre será o milho verde, porque você AMA milho verde, a vontade crescerá diante desta represa, até que transborde e procure uma vazão para todo aquele sentimento, que antes era honesto, sincero, tranqüilo, sereno, saudável e verdadeiro, uma vontade de provar e de conhecer, transformando-se num rompante de emoções capengas, confusas, mal definidas, agressivas, deselegantes, degradantes e doentias, e que, no fim, acabam deixando você, meu caro amigo, sem sorvete nenhum.

É foda!

Da série 'Diálogos com a namorada.'

- Babe, a gente tem que parar de ter que dormir junto pra conseguir dormir. Isso não é bom.

- É, mas você dorme bem mais rápido que eu, quando dorme só. Eu não, demoro muito!

- É que sem você eu durmo tardão e como eu sou semi-obeso, gasto energia  que só, só pra me fazer existir!

1ª Semana de Profissionalização da Música Paraense

Esta é pra você, garoto esperto que gosta de aprender: 5 workshops mais algumas palestras, tudo gratuito, para que você aprenda a gerenciar melhor todos os aspectos que envolvem ter uma banda.

Confere aqui como se inscrever: http://www.serasgum.com.br/?page_id=804 .

Da série 'Chegou pelo e-mail.'

I Semana do Rock Paraense na UFPA

        


 A “I Semana do Rock Paraense na UFPA” é uma realização em conjunto do Centro Acadêmico de Ciências Sociais, “Coletivo Sala Livre” e a Associação do Rock Paraense. Ela acontecerá na segunda semana de novembro, entre os dias 9 e 12 de novembro e, durante os três primeiros dias (9, 10 e 11 de novembro), ocorrerão palestras sobre o Rock e suas mais diversas vertentes, do Blues ao Heavy Metal. 


         No dia 12 de novembro (último dia da “I Semana do Rock Paraense na UFPA”) será realizada uma atividade cultural, o “5º Fireball Rock Fest”. Um festival que já vem sendo realizado à cinco meses pela Associação do Rock Paraense. Agora, ela irá realizà-lo na UFPA, em parceria com o Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Ele também ocorrerá na Capela Universitária, próximo ao Vadião, no Setor Básico de 17:30 da tarde até às 22:00 horas da noite. A entrada será gratuita. As bandas que irão tocar serão: Núcleo Base, Coisa de Ninguém, Carbono XIV e Mitra. 


SERVIÇO
I SEMANA DO ROCK PARAENSE NA UFPA

PALESTRAS DE 9 A 11 DE NOVEMBRO
CAPELA UNIVERSITÁRIA - UFPA
15 ÁS 18HRS
CRONOGRAMA:
09/11A ORIGEM DO ROCK, COM OS PALESTRANTES JONAS ARRAES E RICARDO PEREIRA
10/11ROCK E HEAVY METAL PARAENSE NAS DÉCADAS DE 80 E 90, COM OS PALESTRANTES LUIS “TECO TROVÃO” VANDERLEY E ROOSEVELT “BALA” CAVALCANTE
11/11O MUNDO DO HEAVY METAL, COM OS PALESTRANTES FÁBIO SANJAD, FELIPE CARVALHO E ARTHUR SILVA
INSCRIÇÃO GRATUITA, PALESTRAS ABERTAS AO PÚBLICO

V FIREBALL – 12 DE NOVEMBRO
CAPELA UNIVERSITÁRIA – UFPA
17 ÁS 22HRS
BANDAS: NÚCLEO BASE, COISA DE NINGUÉM, CARBONO XIV E MITRA
ENTRADA FRANCA 


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Não sei por que colocam tudo em maiúsculas. Meus olhos fogem de letras maiúsculas juntas. Não consigo nem ler.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Técnicas de approach para homens sem atrativo nenhum

A pedidos da D.I.V.A. da cultura independente jovem paraense, Sammliz, esta mulher que agora tem cabelos que acho tão bonitos quanto o meu açaí sagrado de sábado, de 10 reais, lindo e maravilhoso, vamos tratar do que ela decidiu chamar de "dicas de finesse para machinhos tristes", mas que eu prefiro dizer "Técnicas de approach para homens sem atrativo nenhum". Tem tanto tempo em que estou num relacionamento monogâmico que nem sei mais como se faz. Vou falar do que lembro como era no meu tempo.

Amigo desinteressante que me lê, o primeiro passo para se conseguir uma garota é ter noção da realidade. Então, não se sinta tão mal se aquele carinha de queixo quadrado, nariz pontudo, alto, forte, ombros largos, que se veste bem, tem um carro legal, grana no bolso e mora sozinho faz a verdadeira raspa na seleção inteira de gurias que você gostaria de agarrar e que você tem a plena certeza de que NUNCA vão te dar. Pode até parecer ridículo, mas ele não é tão diferente de você.


Quer ver? Tira o carro, a casa, a grana e a beleza dele. Fica difícil pegar alguém sem estes atributos. Né? Como diriam os Superguidis, se o mundo fosse justo, não haveriam heróis. E você tem a chance de ser este herói, meu amigo. Você, que sempre pareceu uma criatura assexuada durante toda a puberdade, sentado no canto da sala de aula, tendo a plena certeza de que as meninas mais interessantes sequer sabiam seu nome, torcendo pra que pelo menos estivessem cientes da sua existência e até hoje se arrepende de ter perguntado no Orkut "oi, lembra de mim? da oitava série..." e ela " err... não"; ou de ser o eterno amigo que não cansa de levar fora implícito, como "eu te amo" e ela "eu também gosto muito de ti, amigo!". É foda! Digo, nunca será, como diria Capitão Nascimento.


Aprenda, então, pobre miserável, a como deixar de ser desinteressante para as garotas observando três características importantes, e talvez não tão simples:

1) Mistério. Garotas gostam de mistério. Uma boa história pra contar. Elas adoram viver uma novela particular e se lambuzar na lama da dúvida. E não falo sobre você ser fresco ou não, ou daquela bricandeira de "- diz 'duvido'; - duvido!; - meu pinto no teu ouvido!", nem é disso que falo. Nem sobre você estar interessado nela ou não, mas sobre ELA estar interessada em você ou não.

Claro que garotas sempre sabem de primeira, tanto quanto homens, se querem estar com alguém. A verdade é que elas não revelam nem pra si mesmas de cara se estão aptas a passar por todo o protocolo de aproximação afetiva-social-sexual, pelo menos não antes de uma enrolação filha da puta. Mas isso só pra romances. É por isso que as comédias românticas fazem tanto sucesso. Porque tem mulheres demais neste planeta. E não estou reclamando da quantidade, só das comédias românticas - by the way, não assistam The Ugly Truth. É podre.

Seja misterioso, não se revele de uma vez e jamais diga-se apaixonado. Só uns olhares pontiagudos nos olhos, alguns no decote e muitos na bunda já devem provocar uma fagulha de curiosidade da parte dela. Espalhe histórias boas sobre você entre os amigos e amigas dela. Mas não se iluda com as amigas. Serão sempre suas piores inimigas. Guarde isto pra sempre.

Um bom contato visual nesta primeira fase é primordial. De preferência construa uma uma fama que te preceda. Fama de badboy sempre ajuda, mas depende do que você quer com a guria. Lembra do que a Jean Gray falou no X-Men, the movie: "as mulheres flertam com os cafajestes, mas se casam com os mocinhos". Evite espalhar fofocas sobre o tamanho do seu pau. Só dá certo se for verdade.

Lema: Seja um gatuno.

2) Pegada. Se você está lendo isto aqui tentando aprender algo, já sei que não tem pegada. O jeito é treinar. Deixa as garotas que você quer pra depois. Parte pro grupo das inexperientes que passaram da idade (tipo aquelas meninas que não são novas, mas tiveram poucas experiências). Treine muito com muitas, leia muito sobre isso nos blogs de meninas salientes, como este, que eu adoro, veja muito filme de sacanagem. Respire putaria e você será um homem bom. Mire também nas gordinhas. São bastante generosas e aceitam a maioria das coisas que você propuser a elas. Evite as magrelas de boca pequena, definitivamente. Ô raça miserável.

Lema: Pau na boca e soco na cara.

3) Quarto do Fight. Agora que você é o mestre da sedução, precisa ter a sua própria BatCaverna ou sua Toca dos Gatos. É importante que seu quarto tenha acesso facilitado para as vias de entrada e saída da sua casa, principalmente se você não morar só. Tente esquematizar os horários em que não tem ninguém em casa. Sair do quarto com a cara de pós-sexo e esbarrar com alguém que você não conhece é desagradável o suficiente pra ou a pessoa querer namorar você ou não querer nunca mais voltar na sua casa. Além disso, com a casa vazia, você pode explorar outros cômodos tranquilamente.

Não desligue os telefones, incluindo celular, porque alguém pode tentar ligar pra dizer "estou voltando pra casa", e aí seria triste. Lembre-se que pra cada mulher que não te ama que você come, ela pode espalhar pra pelo menos mais 5 que você é muito bom de cama. Se você for. E nunca acredite nas mulheres sobre isso.

Quarto do Fight tem que ter os ítens necessários para uma boa foda, como paz, tranquilidade, Tv (pra iniciar uma conversa idiota sobre programas idiotas em que todos se entediam, além do "bora la pro quarto ver TV"), som ("deixa te mostrar essa banda") e clima agradável - porque suar fodendo é bom sinal, mas foder suado é uma merda. Evite ter fotos de Jesus e da Santíssima Trindade no Quarto do Fight. Lembre-se que ele é o seu templo e você é a maior autoridade dentro dele.



Lema: Na primeira vez, atravessar 10 horas de sexo é obrigação.

Lembrando que isto só funciona com garotas. A abordagem com mulheres é outra.

Boa sorte!

Ou fica com isso aqui ó:


sexta-feira, novembro 06, 2009

Cheirar sovaco na TV não é legal.

Quer dizer, é legal. Divertidão.

Dá uma olhada no 1:14 deste vídeo.



Eu ri muito!

Belém, a ilha de LOST da Amazônia.

Um leitor perguntou:

" POR QUE QUANDO TEM SHOW NESSA CIDADE QUENTE E UMIDA E TUDO NO MESMO DIA ?


POR QUE ?


POR QUE ?


POR QUE ?


POR QUE ?


POR QUE ?

Andrey"

A resposta é simples: todo mundo foge das datas que a Se Rasgum pega!

Como dizem? #prontofalei. Acho que é assim.

quinta-feira, novembro 05, 2009

Sábado em chamas na cidade mais quente da Amazônia.

Se esta cidade não tivesse a umidade relativa do ar girando em torno dos 80%, tenho certeza que pegaria fogo. Teríamos algo em comum com alguns países de primeiro mundo: aqueles incêndios horríveis que queimam um pedação de mato e de casas. Acho engraçado que na semana seguinte, nem parece que rolou o caos. Aqui já rola o apocalipse now full time. O que nos resta, então, senão sair, ouvir música legal, olhar as garotas que nunca vamos comer; beber, pra quem for de bebida; fumar pra quem for de fumaça; e outras coisas pra quem for de coisadas?

Neste sábado 7, o último antes do grande Festival Se Rasgum, pelo menos três grandes shows vão dar uma cara de prévia pro maior evento da música produzida no Pará e em toda a Amazônia. Talvez em toda essa faixa tropical ao redor do planeta. Não sei, só suspeito. Por enquanto, deixemos o FSR de lado, porque ele terá seu devido momento neste blog. Foquemo-nos nos três eventos deste sábado.

Destruidores de Tóquio e Aneurysma, no Café com Arte, numa produção da Durango 95', que promete daqui pro fim do ano revolucionar a cena paraense, com seu portal que pretende englobar blogs de bandas, colunas sobre cultura independente, web rádio, canais de vídeo e mais uma grande quantidade de informação. Inclusive, este blog foi convidado para participar do referido site. Os caras são bastante esforçados e fazem questão de pagar as bandas. Palmas pra eles:






Dá uma olhada no vídeo promo do evento. Só detestei a trilha sonora, mas o resto ficou bem legal:





"Quando você os vê acha que são 3 muleques magros que parece que siram direto dos anos 90 com suas calças rasgadas e cabelos grandes e que mal sabem tocar,mas quando estão no palco ficam possuídos!" Camillo Royale, sobre o Aneurysma. Lembrei agora de uma vez em que eu fui dar uma de entrosado com o Destruitores de Tóquio e comentei no BelRock deles "caras, muito boas as músicas. Juro que se eu tivesse grana, pagava uma gravação melhor pra vocês". E eles responderam "Guarda teu dinheiro e compra um pouco de criatividade pra tua banda!". Rá! Pra eu deixar de ser opinioso e otário.


Malachai, Juca Culatra e Clepsidra no Açaí Biruta, a um custo lindo de 5 reais. Não sei como se faz uma festa hoje com entrada a 5 reais, mas ta lá, cincão. Será que vai dar gente? Eu não duvido, ainda mais com o Juca Culatra & Power Trio na parada. Clepsidra é uma banda legal até, tirando o nome de soda ou de bebida barata de fim de ano, é uma banda legal. Lembro de uma vez ter comprado o CD dos caras depois de um show no Teatro Waldemar Henrique, em 2002, e quando cheguei em casa, o disco não funcionava. Pena. O anfitrião Malachai promete um showzão, com muitas surpresas. Afinal, é o lançamento do CD "O despertar dos mágicos", de que falei no post anterior.


Confira no banner em que se vê tudo, menos o que está escrito. Mas a arte é legalzinha até.







Johny Rockstar na prévia do lançamento do Circuito Fora do Eixo no Pará, no Caverna Clube. Não vou explicar o que é o Circuito Fora do Eixo neste post, porque este assunto merece uma discussão grande e desgastante. Além disso, já me alertaram que meus posts estão muito compridos e enfadonhos. Estou me policiando, meus policiais. Só digo que é um passo importante, ou pelo menos interessante, no vai e vem de bandas de outros estados, além de ações de integração com outros Pontos Fora do Eixo ao redor deste país escroto em que vivemos. O lado muito bom da história é que agora teremos mais uma força de frente de batalha fazendo as coisas rolarem.







Além do JRS, vai rolar uma pá de bandas outras no Caverna Clube, como a interessante Jungle Band, do bonito e bom guitarrista Leo Chermont, que não conheço de apertar a mão, mas gostaria. Também toca a Ultraleve, a banda que aposta em nype de metais, melodias vocais sofridas (não sofríveis, lê direito), uma mega estrutura big band, além de uma violinista bastante atraente. #ulyssesguimarãesfeelings. Só que eu du-vi-do que dê pra adequar a banda ao som do Caverna. DU-VI-DO. O que é uma pena.


Rolam também Hebe e os Amargos, banda do vocalista bonito, que tem uma namorada bonita, e Mostarda na Lagarta, que puta que o pariu. Juro que te juro que me deu uma cuíra doida pra escrever sobre essas duas bandas, mas não vou. Porque não-me-de-sa-fi-a. Deixo com vocês a piada pronta do nome da última. Divirtam-se!


E nem tentem me esfaquear, porque eu vi 6 anos ininterruptos de Dragon Ball Z e todos do Samurai X. Não é possível que eu não tenha aprendido algo.




segunda-feira, novembro 02, 2009

Malachai - O despertar dos mágicos

Há diversas maneiras de se ouvir um disco. A minha preferida é sempre no talo, especialmente se o disco for bom, com as músicas cheias de detalhezinhos escondidos na mix, efeitos legais, sacadas que fogem do padrão. Dane-se o padrão, diriam meus amigos preferidos sobre meus álbuns prediletos.

O disco O despertar dos mágicos é quase isso. Abre com uma intro do tipo "respeitável público...", num clima circense, gritinhos, palmas, apitos, rufadas de caixa, entre outros sons de picadeiro, dando o tom do resto da obra: quase dá pra se sentir numa aldeia cigana ao redor de uma fogueira, com mulheres bonitas de graça e bebida boa, mesmo pra um cara que não bebe, como eu. De cara eu já penso que é um disco sobre as coisas boas da vida.



Quando alguém vem falar comigo sobre o Malachai, eu sempre tenho a mesma reação, dizendo de imediato "excelentes letras, muito boas melodias", e isso também se aplica a este registro do qual falo agora. O disco mescla temas bastante intimistas com canções mais "pra fora", cantáveis logo de cara.

As faixas Retratos, Sons da cidade, Não respire, Estrada nova e Se nada me desafiasse renderiam muitas linhas neste texto que cá escrevo. Prefiro, entretanto, não me alongar. Recomendo, então, que as escutem. São a estrutura e o resumo do disco em si e mostram a grande qualidade do compositor Renato Menezes.

Tendo nitidamente por lastro o rock rural, além de The Doors, Mutantes, Ronnie Von, tropicalismo, Sá, Rodrix & Guarabyra, filmes antigos, moda antiga e tudo que é velho, a banda abusa dos teclados de Caio Manza pra fazer o climão anos 70, e, de um jeito muito perspicaz e atrevido, aposta num violão de nylon muito do seu lo-fi, adicionando-o quase como um elemento percursivo na gravação. Soaria mal em qualquer banda, mas no Malachai, encaixa-se perfeitamente.

Enquanto escrevo estas palavras, ouço o disco. Não pela primeira vez, porque um disco assim a gente tem que absorver de pouquinho. Não que ele seja complexo - nem é, mas tem coisas que nem quem compôs a música sabe que está passando. E letras tão boas assim extrapolam o domínio das idéias de quem a escreveu, como na lânguida faixa 8, Beijo Fugaz, que é de se apertar os olhos e cantar junto bem alto. Já fiz isso enquanto lavava a louça outro dia.


Eu podia catar coisas que me desagradam no disco, pra este texto ficar mais engraçado, como as redundâncias em alguns arranjos - como na parte em que se fala sobre cair num poço e soa um grito ao fundo de alguém caindo, ou frases de guitarra em que os dedos procuram as notas, parecendo que foram arranjos feitos na hora ou mal resolvidos, ou até a falta de carinho e de empenho na mix. Eu poderia, mas não. Acho este disco bastante sincero. Dá pra perceber que foi feito de coração e qualquer coisa que se procure pra dizer que poderia ter sido melhor é pura bobagem. Se eu tivesse feito um disco assim, estaria orgulhoso. Espero que o Malachai esteja.

Dá pra ouvir algumas do disco aqui.

Além da música.

Surpreende, tanto quanto o áudio, o visu do disco, com um encarte bem bonito, trabalhado, diferente, que tenta transmitir a psicodelia que a banda procura ter nas suas músicas. Mulheres nuas nadando num fundo lilás entre fotos da banda e letras das canções do CD. Confesso que não gostei da frente do disco, com um desenho dos integrantes, mas dane-se esse desenho. O disco é bom de se ver e de se ouvir.

Além da banda.

Nunca vi uma articulação tão bem feita para um lançamento de um CD. Malachai está de parabéns por contar com esta integração com uma assessoria de imprensa muito boa. Vou até copiar o modelo pra mim.

Lançamento do disco

SERVIÇO:

Show de lançamento do CD da banda Malachai
7 de novembro, no Açaí Biruta
Malachai + Clepsidra + Juca Culatra e Power Trio
Ingressos a CINCO reais, compre dois e GANHE o CD.

Pontos de venda:
- Livraria Newstime (Shopping Pátio/Estação)
- Ná Figueredo (Gentil/Estação)

Crias de Saatan?

Zanzando pelo Youtube bem cedinho na manhã de um feriado de finados, esbarrei com o vídeo de uma banda nova paraense. O nome é Myttus. Não é dos melhores, é bem verdade, mas é bom ficar de olho nesta banda, que conta com o bom guitarrista Bruno Loeffler, que também é do DHD, e uma vocalista que tem um vozeirão, além de ser muito tchutchuca e parecer comandar bem o palco. Ave Maria.

É inevitável não lembrar do Madame Saatan ouvindo a canção neste vídeo, desde os riffs até a modulação na voz que são bem característicos da banda paraense que hoje tem sede em São Paulo-SP. Não que o Myttus se dê o trabalho de imitar o MS. Só digo que é uma influência forte - aliás, eles mesmos me disseram isto em conversas.

Garotada nova e com gás pra tocar. Dica boa pros produtores e coletivos que querem alguém pra abrir show. Dá uma sacada: