sábado, outubro 31, 2009

Se eu fosse fazer um clipe.

Sou doido pra trabalhar com docs e produções de video clipes, entrevistas, coisas de TV alternativa, além de rádio também.

Se eu fosse fazer um clipe, seria assim:

terça-feira, outubro 27, 2009

O que é fidelidade?

Um amigo, que não quer ter sua identidade revelada, perguntou no MSN o que seria fidelidade. Depois de muito pensar e levar em conta todas as variáveis éticas, morais, religiosas e também o que dizia o meu mapa astral de hoje - de câncer - cheguei a uma conclusão: fidelidade é o que dizem que a gente tem que fazer pra continuar com alguém que a gente gosta. Ou melhor, o que a gente não pode fazer.

Rapidinha com Didi #5 (ou #6, sei lá.)

O título diz "jogador possuído", mas e fico muito em dúvida sobre o que realmente teria acontecido. Ri feito um porco louco mil vezes assistindo esse vídeo. Pode parecer cruel, mas não deixa de ser engraçado. A verdade é que ele não morreu, nem coisa do tipo. Segundo um comentário no youtube, que tem total credibilidade, tanto quanto a certeza de eu emagrecer, o jogador continua desempenhando suas atividades futebolísticas até hoje e passa bem.

Vê logo e ri:



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Para os (as) ciumentos (as) de plantão, segue o link do Track a partner, que detecta a real localização de seu (sua) parceiro (a), utilizando-se de satélites e GPS. Bem divertido. Vai aqui ó: http://www.trackapartner.com/  .

Passar bem.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Mega PODCAST


Ou o Programa Megafônico, como os donos do programa preferem chamar.

Nem ia falar sobre isso, mas como este ainda é um blog de perguntas e respostas, um conhecido, Miguelito, perguntou "Didi, onde posso ouvir música boa na internet?" e coincidiu de eu estar ouvindo agora mesmo o tal do podcast do Coletivo Megafônica.

A locução é um show à parte. Quase torço pra chegar o intervalo entre as músicas pra ouvir a galera falando. Locução é uma droga mesmo, difícil demais de se fazer, mas Andro e Daniel conseguiram pegar a parada de jeito. Gostei. Até que a qualidade do streaming está boa. Gostei também da seleção das músicas, que começa com uma excelente canção do Dharma Burns e inclui outras bandas paraenses, como Clube de Vanguarda Celestial e Turbo.

Você ouve o bom PROGRAMA MEGAFÔNICO aqui:



Deu até vontade de fazer o meu próprio podcast.

sábado, outubro 24, 2009

Esquenta da SE RASGUM

Copiei tudo do Cartas Uruguaias, do Marcelo Damaso. Amanhã faço o meu, juro.



Esquenta do Festival traz a Belém Mundo Livre S/A

No dia 25 de outubro, véspera de feriado, a banda pernambucana se apresenta ao lado de Metaleiras da Amazônia e Pio Lobato & Suposto Projeto nos preparativos para o 4° Festival Se Rasgum

A menos de um mês da quarta edição do Festival Se Rasgum, uma das bandas mais importantes da história recente da música brasileira se apresenta no Esquenta do Festival, dia 25 de outubro, no Hotel Gold Mar. Os pernambucanos do Mundo Livre S/A chegam pela segunda vez a Belém pelas mãos da Se Rasgum para embalar o clima de expectativa pelo maior evento de música do estado. A festa, que conta com um pôr-do-sol de véspera de feriado à beira do rio, promove a atmosfera perfeita para shows de abertura das Metaleiras da Amazônia e Pio Lobato & Suposto Projeto, além dos DJs Se Rasgum e do DJ Patrick Tor4. Os ingressos estarão à venda a partir da próxima segunda-feira (19).

O evento esquenta as expectativas do público paraense para o 4º Festival Se Rasgum, que acontece nos dias 13, 14 e 15 de novembro em Belém. Para o Esquenta, a Se Rasgum preparou uma promoção que vai premiar com passaporte para os três dias do Festival e kit do evento (com CD, caneca, sacola e outros brindes) o autor do melhor set de música brasileira. Além da premiação, o vencedor ainda vai discotecar entre as atrações de abertura do show do Mundo Livre. O segundo melhor set também leva entradas para o Esquenta.

Manguebeat - A Mundo Livre S/A nasceu em Recife no ano de 1984 e foi uma das responsáveis por um dos movimentos mais revolucionários na música brasileira, o Manguebeat, capitaneado por Chico Science (falecido em 1994) e sua Nação Zumbi (banda que é atração do Festival Se Rasgum deste ano). O manifesto “Caranguejos com Cérebro”, que exaltava a universalização e atualização da música pernambucana, teve autoria de Fred Zeroquatro, vocalista do Mundo Livre S/A, junto com Renato L. e Chico Science.

A Mundo Livre S/A se apresentou pela primeira vez em Belém em setembro de 2006, encerrando com chave de ouro a primeira edição do Festival Se Rasgum, no Parque dos Igarapés. Fred Zeroquatro, Bactéria, Fábio Malandragem e Tony Regalia promoveram o final de festival mais apoteótico que Belém já teve, convocando todas as bandas, produtores e equipe que trabalhou na realização do primeiro Se Rasgum para uma gigantesca jam session em cima do palco.




Com 25 anos de estrada, o Mundo Livre S/A é uma das bandas mais respeitadas no Brasil, tanto por seu engajamento quanto pela qualidade das composições de Zeroquatro que já entraram para a história da música pop brasileira, como “Bolo de ameixa”, “Livre iniciativa”, “Melô das musas”, “Pastilhas coloridas”, “Soy loco por sol”, “Free world” e “Bola do jogo”, entre várias outras.

A banda acaba de lançar a coletânea “Combat samba”, que dá nome à turnê que passa por Belém, trazendo outros hits importantes do Mundo Livre como “O mistério do samba”, “Seu suor é o melhor de você” e “Meu esquema”.

Conexão Vivo - O Festival Se Rasgum tem o patrocínio do projeto Conexão Vivo, uma rede constituída da união de artistas, produtores culturais e iniciativas pública e privada, que foi criada com a proposta de apontar novos caminhos e encontrar respostas para os desafios do mercado da música independente. O projeto teve como respostas imediatas solucionar o desconhecimento por parte do público do universo independente.

Circulação por capitais e cidades do interior de Minas, lançamento de CDs coletivos e revelação de novos talentos foram algumas das estratégias usadas pelo projeto para atingir um público maior sobre informações do mercado de música independente. E é assim que o projeto Conexão Vivo chega, se estabelecendo como o maior movimento musical do país na atualidade.

SERVIÇO
Esquenta para o 4° Festival Se Rasgum. Shows de Mundo Livre S/A (PE), Metaleiras da Amazônia e Pio Lobato & Suposto Projeto. Participação DJs Se Rasgum e Patrick Tor4
Dia 25 de outubro (véspera do Recírio), a partir das 18h
Ingressos: R$ 15 antecipados na Ná Figueredo (Gentil 449 e Estação das Docas) e Colcci (Pátio Belém, Castanheira e Braz) e antes das 18h. Após as 18h, R$ 20
Local: Hotel Gold Mar (Rua Prof. Nelson Ribeiro, 132, próximo à Fundação Curro Velho)

Técnica evasiva para conversas desagradáveis.

Não gosto muito de conversar, principalmente se não estou no humor mais adequado para socializar. Detesto aquela conversa de exposição de opiniões, principalmente se elas vêm de gente que nem sabe do que está falando. Por isso mesmo eu uso o blog. Posso falar a besteira que eu quiser sem ter que esperar a outra pessoa terminar a besteira que ela está falando, fora que não corro o risco de ser interrompido, o que é a certeza de um alívio. Odeio esperar e ser interrompido. Por isso nunca puxo conversa, só sobre temperatura, será que vai chover, trânsito, falta de mulher gostosa no trabalho, essas coisas incontestáveis.

Falando em trabalho, ao findar este ano, completo 1 ano e meio lá. Confesso que nunca tinha passado por um contato tão intenso com tanta gente ao mesmo tempo. Nem quando participei de orgias de carnavais passados. Mentira, ainda não fiz isso. Ter que lidar com muita gente todos os dias, de um jeito que elas passam a fazer parte do teu cotidiano, é muito complicado. Principalmente se você detesta conversar.

Se tem uma coisa que não suporto é contato físico. Detesto mais ainda é gente que fala me cutucando. Pior do que isso, só as pessoas que parecem ter um detector de assuntos delicados e fazem questão de ser desagradáveis e insistirem na pergunta. Por exemplo: e aí? E o concurso? Fez? Passou? Não? Por quê? Porra! Por que que não se passa num concurso?! - e ainda emendam: po, cara, és formado em Direito, isso te ajuda muito e (daí vem uma enxurrada de tolices). Não sei como ser advogado me ajudaria. Ganho pontos extras na prova? Eles arredondam minha nota pra cima? Sou advogado porque é muito fácil entrar na UFPa, se formar e passar na OAB (nem tão fácil, mas enfim), só por isso. Mas tá. Odeio esse papo.

Poderia passar a noite elencando situações constrangedoras, sobre conversas em que as pessoas dão muita informação, ou piadas extremamente sem graça, ou quando o camarada começa a contar todas as histórias de infância em que só ele ri... não sei por que essas pessoas fazem isso. Poderia passar a madrugada fazendo isso, seria engraçado, mas não vou.

Ao longo destes últimos 18 meses, desenvolvi a melhor técnica para evitar o constrangimento ou se esquivar de conversas chatas. Consiste basicamente em dar ao interlocutor o que ele quer. Normalmente quem fala muito quer mais ouvir sua própria voz do que saber da reação do ouvinte. O tagarela chato só quer mesmo o feedback para ter a certeza de que alguém o está ouvindo.

Deste modo, tenho aplicado tal técnica sempre buscando uma automação nas resposta, de modo que eu não precise interromper nem o que estou fazendo, muito menos o que estou pensando, para me livrar daquela seqüência miserável de ataque massivo à minha esfera de paz e tranqüilidade.

Para frases longas e mais complexas, o melhor a se dizer é "nossa, é mesmo?", ou "entendo". Sempre evitando discordar. Pelo amor de Deus, não dê pano pra manga. Um riso também é uma boa. Uso muito no MSN um "hehe". Funciona bastante.

Para frases mais curtas e rápidas, é bom usar a técnica inversa: você devolve ao falador perguntas para as respostas que ele já deu. Por exemplo, quando ele disser "Essa baixa do dólar vai melhorar muito a vida das pessoas no Brasil" e mesmo que você saiba que não é verdade, dane-se, a discussão de vocês não vai mudar nada, então diga "égua, pode crer" ou o arriscado " tu dizes?", porque aí ele vai entrar num looping quase infinito de afirmações extensas. Daí que vem uma outra abordagem bastante simples: tenha sempre o celular por perto. Qualquer coisa é só dizer "só um minutinho" e atender a falsa ligação e sair correndo. Isso do celular eu uso muito quando encontro pessoas na rua. Odeio encontrar gente que conheço na rua. Eu atendo o celular e finjo que to tendo uma discussão horrível e passo direto.

Mas a melhor de todas as técnicas é uma que pode ser usada em grupo. Implementei lá no trabalho por duas vezes nesta semana e funcionou perfeitamente: um chato amamãezado sempre nos perturba contando algumas histórias da infância de gente branca de classe média alta, daquela geração de filhos de militar durante a ditadura. Daí que ele ri muito dos causos, mas ninguém mais ri junto. Que fiz? Quando ele começa a falar, combino com meu outro colega de sairmos da roda de conversa e sempre deixamos uma pessoa, coitada, no caso minha amiga L., ouvindo a história até o fim. Ela reclama com a gente depois, mas eu não sou obrigado a ouvir sobre como o Brasil era feliz na Ditadura e não sabia.

Po, não achei nenhuma foto pra colocar no post. Gosto de pôr fotos porque tem gente que visita aqui e só olha as figuras. Não gosta de ler o texto. Perdão.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Recado para Lucio Maia



Amigo Lucio Maia,

Tudo bem, não sou seu amigo, muito menos você é meu. Mas antes que nos desentendamos, ou que você pense que sou um estilão Galvão Bueno, gostaria de dizer-lhe que muito admiro seu trabalho como guitarrista.

Já é de muito tempo que cato shows do Nação no Youtube e que estico os olhos pra ver que latinhas você coleciona no seu tão colorido pedalboard. Confesso que o Fome de Tudo me arrebatou de primeira e foi um amor mais veloz do que o que senti pelo Ok Computer. Não, não digo que é melhor do que o Ok, mas também não está abaixo dele.


Caro Lucio Maia, quando soube que você viria a Belém, fiquei preocupado. Sou do tipo cheio de si - de mim, no caso - e não costumo ficar nervoso perto das pessoas que eu gostaria de ser como músico. Não me leve a mal. Ser tão sincero pode parecer psicótico - e gay, neste caso - eu sei, mas dizer o que eu disse é mais próximo do que eu gostaria de significar do que se falasse que apenas admiro o seu jeito de tocar. Não que eu esteja querendo te imitar -  nem que eu quisesse.

Lucio Maia, agora que você visitará pela terceira vez (acho) este estado, fico pensando em quantas vezes te chamaram de Lúcio Mauro por aí. Saiba, se não sabe, que ele é natural desta terra sem lei em que vivemos. Digo, eu vivo, você não. Você é de Recife, lugar de profusão cultural intensa. É a meca dos que querem fundir a raiz intimista da cultura regional com o pop vendável pras massas que pensam que pensam. Saiba também que Recife condenou todos os outros pólos de produção cultural popular a seguirem a mesma receita, sob pena de não serem lá tão interessantes mais. Particularmente até concordo. Que graça tenho eu e minha guitarra de rock, num esquema tão ultrapassado que ninguém nem mais quer ver? Se eu não faço um samba esquema noise pra branquelada da classe média alta ver?

Recife é tão fenomenal que ainda hoje, década e meia depois do surgimento do Manguebeat, se fala, como vou falar agora, em descoberta de uma nova Recife, tal qual procuraram uma outra Seattle um pouco antes, nos USA. Pois vou te dizer, Lucio, Belém também tem algo de que se orgulhar. Só me dá um tempinho pra pensar e no outro parágrafo te elenco.

Os guris do RS pararam nos anos 60 de um jeito que me irrita, seja pro rock, seja pro hippie style. Ainda bem que há o Superguidis e as gaúchas bonitas pra livrar a cara desse povo. SP e RJ estão condenados pela sua natureza cosmopolita, de um jeito que nada se filtra. Penso que são pelinhos de nariz formando grandes bolas de meleca. Brasília é aquela languidez solitária, que até tem lá coisas interessantes - no meu gosto, Beto Só, com quem, juro, ainda tocarei. E tem também aquela banda que todo mundo gosta, os Móveis Coloniais de Acaju. Banda de gente feliz. Às vezes queria ser tão festivo assim. Mentira. No centro-oeste rola uma onda de rock muito forte, só porrada. Não lembro de cabeça agora ter esta tendência por lá de mix do regional com rock. No norte rola de tudo, até dedo no olho. Macapá e Belém, por exemplo, comungam de um número sem fim de estilos. A capital amapaense, tem dois grandes expoentes: Stereovitrola e Mini Box Lunar, a primeira numa onda retrô super pra frentex, a outra numa onda retrô...retrô. Interessantíssimas. Em todo o Brasil tem, na verdade.


E esta cidade cá, que já foi Paris dos trópicos, hoje mais parece a ante-sala do inferno de tão quente e tão feia, também ferve, mesmo que seja num banho maria lento e gradual. Às vezes falta gás. Às vezes é só muita gente pra comer na mesma panela. Mas a cidade está aí. Lembro bem das reuniões que freqüentei da ProRock, lá pros idos de 2003, em que as pessoas diziam "zenti, quando a porta se abrir pra um, vai abrir pra toooduuus". Aham. Não tem segredo nessas coisas.  O que traduz a receita do sucesso, por mais clichê que possa ser, é o trabalho. No caso, de construir um lastro e um acúmulo de público, de nome, de produção, enfim.

Mas a cidade segue quente. Há um tempo, tínhamos poucas bandas, mas bastante significativas. Lembrando rápido, na época em que surgiu o Madame Saatan, por exemplo, ainda tínhamos Stigma, o popularíssimo Caustic, Norman Bates, Álibe de Orfeu, o esforçado Santo Graal, o - quando emo ainda se chamava HC melódico - Step2, Cravo Carbono, A Euterpia, Stereoscope, Eletrola, Suzana Flag, Delinquetes; um pouco antes disso, tinha o L do Caboco (que era um nome incrível pra uma banda muito boa). Até me alonguei. Muita coisa mudou de 2003 pra cá. Acho que o número de bandas quintuplicou, mas, confesso, a quantidade de  artistas realmente bons não acompanhou este crescimento. Deve haver algum fundamento estatístico em relação a isso.

Se fosse comentar contigo, Lucio, sobre as bandas daqui, falaria das que eu prefiro dizer que estão no front de batalha. Sobre as interessantes, não tenho como não citar Johny Rockstar, Ataque Fantasma, Madame Saatan, Turbo, Sincera, Juca Culatra & Power Trio, Clube de Vanguarda Celestial, Jungle Band, Destruidores de Tóquio, Telaviv, Inverso Falante... devo ter esquecido alguma, mas alguém te mostra depois. Não que isso vá te interessar, eu duvido, mas são coisas bem legais daqui.

Lucio Maia, meu filho, você já deve conhecer Pio Lobato. É tipo um você, mas que não usa amplificadores. Ele não flerta, faz orgias com o que já foi música de massa de ontem e com o que o é de hoje, levantando a bandeira das batidas homemade em fruityloops e efeitos digitais com guitarra ligada direto na mesa. Pra mim é um abuso, que gasto alguns milheiros pra me sentir bem como instrumentista, concordar que ele acerta em cheio na timbragem peculiar que só Pio Lobato pode tirar. Inclusive "Recado para Lucio Maia" é uma canção dele. Eu só me apropriei do título para encabeçar este post. A propósito, baixa lá no blog do meu amigo Azul, o Música Paraense, o maior compêndio virtual da produção musical feita no Pará.




Só pra terminar, Lucio, vou tocar no mesmo festival que você. Na outra ponta da tabela, mas no mesmo festival. Então, chega cedo no sábado! Comprei um Polyphase da EHx só por conta da faixa "Fome de tudo" e queria umas dicas de looping em paralelo com dois pedalboards, que estou pensando em usar. Pois é. Sábado, oito da noite, antes do Jornal Nacional.


Dá um ligão, qualquer coisa. Grande abraço.

Diego.

terça-feira, outubro 20, 2009

Me vê uma Tonante, um metalzone e uma Wattsom.

Às vésperas do tão esperado Festival Se Rasgum 2009 - no qual não tocávamos desde 2006 e agora  participaremos como convidados - não que isso signifique algo, sei lá, superior, mas ficamos muito agrecidos com o convite na época - e da viagem para a gravação do disco - que costumo chamar de novo, mas vai ser o "valendo a mãe", como se deve dizer - o Aeroplano se debate em reuniões e ensaios que às vezes parecem muito mais cansativos do que produtivos. Somos 4 caras legais, mas somos também uma banda chatinha pra resolver algumas coisas. Até que melhoramos nisso. Ou, de repente, todo mundo é assim. Não sei. Prefiro assim.

Chega a ser engraçado isso de ter banda. Quando começamos - e aqui tem uma foto de quando a gente nem era banda ainda, só amigos - não tínhamos idéia do nível de articulação que se precisa ter em um determinado momento da história. Acho que ninguém tem. Cinco anos depois, eu realmente penso que me sinto mais à vontade procurando timbragens interessantes no meu amplificador do que somando 2 mais 2 pra saber se consigo um resultado 5 e botar a gente em tal festival. Ou em tal horário. Ou abrir praquela banda. Ou chegar naquele produtor, jornalista, dono de selo, enfim. Não, nem vou me arriscar a dizer o que desgosto em muitas escolhas e posturas que rolam pelo país, muito menos aqui nessa ilha, que é esta capital. De repente a fumaça preta de LOST vem me pegar aqui em casa...




Não tem 10 minutos, estávamos discutindo no MSN, numa reunião em que as idéias parece que entopem e a gente fica se olhando sem ter muita certeza do que decidir. Não tinha feito este raciocínio ainda, mas, se decidir set list de show é uma complicação miserável e que gera até um cheiro de desentendimento, imagina (e eu deveria ter imaginado) o quão é difícil escolher músicas que vão entrar no disco. Faltam 6 semanas para entrarmos em estúdio e estávamos reconsiderando algumas situações já definidas. É perigoso! Esse papo de "é perigoso!" tá virando piada interna (odeio essa expressão), e tenho usado muito nos últimos posts. Prometo parar.

Como disse lá em cima, timbrar e misturar efeitos é algo natural do artista que eu gostaria de ser. Mas sentar e pensar que canção se encaixa de um jeito mais interessante no disco, mesmo que ela não seja melhor do que alguma que fique de fora, é estranho. Parece não ser lá muito lógico, mas é como compor a pintura de um quadro e preferir a cor A, mesmo que ela não seja mais bonita do que a B, mas só por ela realizar uma função que vá interagir com o resto da pintura, de um jeito que realce as demais cores. É uma droga de busca pelo equilíbrio na obra como um todo. Tipo nesses cavalos bonitos e musculosos de corrida, quando lhe cortam o saco. Eles ganham mais massa muscular. Estamos cortando o saco do nosso disco, parece-me.

Vou falar um pouco sobre as canções que vem no disco novo e colar referências de links delas em vídeos ao vivo. São 20 pras 2 e estou sem sono mesmo.

1 - Nem sei se nada sei. Foi a primeira canção dessa nova leva que o Eric trouxe pros ensaios. Acho que ela inaugurou um novo jeito de fazermos as músicas e coincidiu com um momento de reformulação da própria banda, tanto na nossa visão da banda em si, quanto na nossa relação da banda com público e produtores/festas/essas porras. A gente parou de ficar atrás do povo, eu parei de cantar, e nos voltamos pra um lado mais intimista nas composições e nos shows. Ficou tudo bem melhor.



2 - Compulsiva. Música não tão nova, por isso mais fechada. Bem simples, poucos acordes, poucas partes, tem uma ponte muito interessante com uma linha de bateria super legal. Drives high gain e fuzzes comandam as guitarras, numa melodia que não surpreende, mas é boa de se cantar junto no show, acho.



3 - Fingindo. Confesso que torci o nariz muitas vezes pra esta música até conseguir terminar os arranjos da minha guitarra nela. Sentia que era uma canção extremamente pop, mas ainda muito no esquema Caldeirão do Huck. Deus me livre tocar uma música assim. Acho que depois de um tempo ela amadureceu de diversas maneiras e hoje pode até ser um carro com um chassi pop rock, mas juro que, pra mim, o combustível é um country rock disfarçadão.



4 - Pra você, solidão. Das velhas. Hit deprê regional, powered by um solo de slide que pra gente nem nunca pareceu nada de mais, acho, mas foi o que sustentou (moralmente?) a banda até hoje. Não tem como ficar de fora do CD, segundo os meninos.



5 - WWW. Nasceu stonner, e não faço idéia de como vai terminar. Por mim, deixava a eletrônica e efeitos rolarem soltos, mas sou megalomaníaco, então não conta muito minha opinião. Bom que eu mesmo me limo.





6 - Preocupações. Essa música é boa. Um brilho de sol no meio de toda as nuvens pretas do resto do disco. Acho primorosa sua melodia vocal e o arranjo minimalista da bateria. Consegui encontrar guitarras bastante interessantes de se trabalhar, usando o pickup do braço da minha Tele e o melhor que pude tirar do meu velho memory man. Ô pedal de timbres bons! Pena que esse vídeo seja velho e muita coisa nela esteja diferente.



7 - Estou bem, mesmo sem você. Tive bastante sorte nos arranjos pra esta música. Não dá pra negar a influência das coisas que sempre ouço, seja nos timbres, seja no modo em que monto os acordes. É uma anti-balada, que talvez passe despercebida no meio das outras canções do disco, mas que tem um baita valor. Pelo menos pra mim. Gosto da letra também e do jeito que ela se desenvolve.



8 - Voyage. É uma canção que exige bastante de nós, que não somos músicos. Uns miseráveis criados na frente da TV, sem suingue nenhum. Acho essa música sensual, de algum modo. Ou talvez seja só eu, tarado. Não tem vídeo dela por aí.

9 - Vermelho que é rosa. Uma das canções que o Eric compõe, acho, mais pensando sobre o que gostaria de ser do que o que realmente é como músico. Mas esta deu certo, aos poucos, apesar de ainda não estar completamente fechada. Bruno Rabelo, ex-Cravo, gostou muito. Talvez seja um desafio pra nossa mania de superproduzir algumas coisas, que começo a desconfiar que não seja sempre algo tão legal assim. Não sei onde isso vai dar. Também não tem nenhum vídeo on line.

10 - Dorme. Fecha o disco mais como uma bonus track do que como faixa em si. Preferia pô-la no meio, mas fui voto vencido. Canção só com camadas de guitarras e voz e uma das letras mais bem feitas que Eric já fez. Confesso que ainda não fechei minha parte. Eles dizem que sou preguiçoso. Sim, eu sou, mas em relação a isso, sou mais do tipo que espera o arranjo vir. Ele sempre vem. Tomara que não me falte.

Ainda está em votação se gravaremos ou não Contra a Parede, canção, juntamente com Pra você, solidão, do primeiro EP da gente. Aquele, do cachorro preto na capa branca. Se rolar, prometo arranjos mais enxutos e com bem menos efeitos desnecessários e porra de plug ins. Seria uma boa chance de me redimir da minha época de efeitos digitais.

Verdade é que vamos passar quase o dezembro inteiro em Goiânia trabalhando nisso. Acredito que estamos em um momento bom, calmo - apesar de estarmos um pouco atrasados com a pré por falta de tempo - e com a maturidade adequada pra gravar um disco completo, com todo este gasto de tempo, dinheiro e uma dedicação grande, apesar de não ser plena, como deveria.


Acabei de saber pelo meu amigo Eliezer que tocaremos no primeiro dia do Festival Se Rasgum, como segunda banda, às 20 e 30. Bom, em 2006 abrimos o festival. Três anos depois somos a segunda. Espero que eu não fique com vergonha de tocar depois que perder os restos dos meus cabelos pro tempo e quando vierem os filhos eu ainda possa ficar até tarde na rua, porque parece que vai demorar um pouquinho pra gente chegar lá onde, pelo menos eu, gostaria de estar. Mas é isso: ter banda é trabalho. Pelo menos pra mim. E reclamar é um prazer. E o prazer é todo meu.

Por quê?

É só eu dar um opinião dizendo que não gosto de algo em alguma banda aqui que o número de visualizações sobe absurdamente?

Esse blog é opinioso, porque foi o único jeito que eu achei de dizer o que penso sem alguém me cortar. Mas não é pra levar a sério o que eu digo. De preferência.

Nem precisa ler isso aqui não.

Se tem uma coisa que me pegou de jeito nos últimos 20 meses, foi folk e contry rock. Não falo dessa coisa chata que se tornou o Vanguart ( e eu gostava que só, até vi no Se Rasgum de 2006 - show incrível ) ou do que a Malu Magalhães acha que faz. Não conheço muitas bandas daqui do Brasil que façam um som assim que saia legal. Uma vez vi um show de uma dupla serjaneja aqui do Pará, Beto & Leno. Puta showzão. Fiquei impressionado. Deu vontade no mesmo instante de aprender a tocar guitarra direito e fazer gigs tocando essas modas e paradas mais country rock, dentro do que se chama de sernatejo aqui.

Em 2007, quando trabalhei por 2 meses no interior, eu pegava um pouco de estrada e ia ouvindo o Sky Blue Sky, do Wilco. Não conhecia a banda à época. Até ignorava este disco que já tinha no meu - hoje - falecido mp3 player. Wilco e estrada combinam perfeitamente. O suficiente pra eu me viciar e visitar os outros discos, desde o A.M., até o recente Wilco The Album.

Queria falar muito de todos, inclusive dos filmes e docs, mas fica pra próxima. Segue só uma canção que tem me acompanhado nos últimos dias, de um jeito que me faz sentir melhor:



Engraçado como não consigo escrever sobre as bandas que realmente gosto. Ou sobre as pessoas que realmente gosto. Engraçado.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Casarão na quinta última.

Muito por acaso acabei indo à festa do Casarão Floresta Cultural, realizada no Café com Arte, nesta última quinta. Decisão em cima da hora, muito mais por conta da presença inusitada de um amigo que mora distante - e digo bem longe, na fronteira com o Maranhão - do que pelo lugar ou pelas atrações.

Conversávamos sobre vegetarianismo, os efeitos do plantio massivo de soja, desmatamento, os impactos na economia no caso da opção de uma produção familiar, subvertendo os valores num aspecto macro da demanda mundial de vegetais, de acordo com a substituição da produção em larga escala por propostas menos... enfim, essas conversas de quem não tem o mínimo conteúdo. Eu normalmente detesto isso, peço licença pra forçar o vômito no banheiro e não volto mais, apesar de dizer " já volto". Só que esse papo de ontem foi bem engraçado. Quando as frases começam a trocar vocativos como "amigo, não é assim" ou "cara, presta atenção" por "filho da puta doido burro do caralho, é assim...". Muito bom!

Nem íamos entrar, mas já estávamos lá na frente e no anúncio de que Pio Lobato tocaria, não pestanejei e de pronto disse "vamo!". Aqui um parêntese: gosto muito de futebol, mas não jogo mais. Dito isso, poderei falar que me espanta a quantidade de garotas bonitas que ainda freqüentam o Café, principalmente em festas não-rock. Não que nas de rock não haja. Há, mas é em um nível diferente. Até revi uma guria que há mil anos - e não mais - mexia comigo de um jeito bastante especial. Mas é até engraçado. Ver tantos lances bonitos num bom jogo de futebol e sequer ter vontade de estar no banco pro caso de o técnico precisar de você. Acho que é da idade. Ou o bigode, a calvície e a barriga.

 Pois sim, não rolou o Pio, triste fiquei, mas deu pra ver melhor um bom show do Juca Culatra e sua eterna camisa da Seleção Brasileira. Muito engraçado esse bicho. Um peixe meu comentou que ele era o produtor executivo do Sevilla, ou alguma banda de regue que não lembro o nome, e que teria saído dos bastidores pra fazer o próprio som. Não sei se confere, mas lendas à parte, sobre o som posso dizer que, de cara, afasta qualquer preconceito que alguém possa ter contra uma banda de regue. Juca Culatra & Power Trio abarcam o ritmo jamaicano salpicando um rock tipo pop modernoso, mas distante de ser ruim, além de apresentar uns samba-rock de muita qualidade. Taí uma coisa que essa molecada de umas e outras bandas deveriam ver pra ter pelo menos noção do que é um samba-rock bem feito, e não aquelas formulas chatas, com uma voz falsa e arrastada de "mamãe-quero-ser-Rodrigo-Amarante". Muito bom esse tal de Juca e seus três instrumentistas certeiros, fazendo juz à literal leitura que se faz de "power trio". JC é super simpático. Colecionou um sem número de latinhas de cerveja que lhe davam no palco.

Na seqüência, dei uma escapada da roda de conversa sobre Tv, rádio, música, dinheiro, mulheres, cigarro e ainda a história do vegetarianismo, apesar até de ter ter gostado dessa segunda roda de conversa, em que estavam Jacob ( Rennegados ), Amadeu (ProeFx), Saul (Vinil Laranja), além dos amigos com quem eu tinha ido, Maca, Fifo e Chico, meu irmão, que queria porque queria se abicorar. Mas isso é pra outra conversa. Ainda esbarrei com Damaso (Se Rasgum), a vistosa Bahrbara e sua fiel escudeira Adele (Megafônica), Renato Reis - o fotógrafo das celebridades do underground paraense e brasileiro, por que não? - além de outras pessoas que não me recordo.

No meio desta fuga, fui ver o Plug Ventura. Fico meio apreensivo quando ouço o Plug ao vivo. Sensação de que a banda não acompanha a idéia inicial do compositor. Se a gente parar pra ouvir as músicas, não dá pra não dizer que são canções bem feitas, com um vocal legal, melodioso, um vocalista que canta bem, letras legais, coerentes, uma estrutura bem feita, que não se arrisca, é verdade, mas que também não erra. Mas vou dizer o que mais me chamou atenção na apresentação de ontem: uma droga de uma boina brega, horrorosa, e de muito mal gosto e - pasmem - virada pra trás. Só há duas possibilidades de você usar uma boina e ficar bem em você: 1) você ser o Che Guevara; ou 2) você ser tão estiloso que consiga combinar com um ítem extremamente específico e dificílimo de se usar, principalmente em Belém. E não, o baixista não tinha esta capacidade de se vestir bem, nem pra banda de rock, nem pra guerrilheiro, nem pra baixista a fim do Jaco Pastorius, sinceramente, ele enviou uma mensagem que não consegui decodificar.

Pode parecer besteira isso, mas roupas dizem o que somos; música também. Quando eu vejo uma banda com músicas legais, como o Plug, com canções que dizem uma coisa e vejo um baixista que se veste de um jeito que não tem nada a ver com o estilo da banda ou da música, ou um guitarra que usa um instrumento a lá Steve Vai ou Petrucci, cara, eu fico perdido. A música boa vai numa direção e de repente me entra uma linha de guitarra que me brocha profundamente, me fazendo lembrar dos primeiros sucessos do Barão Vermelho, pra lá de 20 anos atrás, e que não tem a ver com as coisas todas. Fico, como disse no começo, apreensivo. Mas a banda é legal. Gosto bastante do Lucas (vocal) e o acho super talentoso, além de ser gente boa e ser irmão de uma excelente fotógrafa, Tita Padilha, provavelmente uma das garotas mais doces que tem por aí. Torço muito pela banda.

Ainda chegou a rolar o JunggleBand, de Léo Chermont, mas o sono era tanto que nem consegui dar a devida atenção a um dos guitarristas mais interessantes daqui. Não me entendam mal, mas eu gostava mais das guitarras dele no Ataque Fantasma do que as do super Natanael, que toca muito, como ninguém que eu já tenha conhecido, mas é aquilo lá que ele faz, o mesmo que no Johny Rockstar.

Depois até fiquei enrolando com uma latinha na mão, fingindo que bebia, pra parecer que era um cara legal, compensando o fato de eu não conseguir fingir que fumo. Sei que cheguei em casa 3 e 20 e fui dormir umas 4, sendo acordado às 6 pelo meu irmão e pelo Macarrão, dois filhos da puta. Levantei às 7 para ir trabalhar. Por sorte, o expediente foi tranquilo e deu pra eu me esconder numa sala e tirar um cochilo de meia hora sem ninguém perceber.

A noite foi divertida. Tinha até me desacostumado a sair só com amigos, só pra conversar besteira. Estava precisando, pra relaxar.

Rapidinha com Didi #5

Coelhos são queimados para gerar biocombustível


( Terra, via @diariodopara )

Coelhos estão sendo usados como matéria-prima para a produção de biocombustível para o aquecimento de casas na Suécia.
Os corpos de milhares de coelhos são queimados em uma usina de geração de energia na região central da Suécia.
Os animais vem da capital sueca, Estocolmo. A Prefeitura mata milhares de coelhos anualmente para proteger parques e campos na cidade.

Os animais são considerados uma praga no local

As espécies de coelhos não são nativas da Suécia. De acordo com as autoridades, os coelhos sujam muitos dos espaços verdes da capital.
Como não há animais predadores de coelhos em Estocolmo, a Prefeitura contrata caçadores para matá-los.


____


Pena que no Brasil faça tanto calor e não se precise matar mamíferos pra usar como biocombustível. Adoraria fazer concurso pra caçador de gente . Porque tem gente que é uma praga. Lembrei do meu amigo Stalone Cobra:





Você é a doença. Eu sou a cura.

quinta-feira, outubro 15, 2009

A noiva sem rosto, neste sábado, na Cidade Velha.

Neste sábado próximo vai rolar o lançamento do vídeo clipe Unfaceless Bride , da banda Vinil Laranja, no Espaço Cultural Cidade Velha, próximo à Praça do Carmo - me disseram ex-Sarajevo. Nunca nem fui na ex, mas disseram. Além da  anfitriã, as bandas Sincera e Dharma Burns também darão as caras. Tem também o DJ Adriano Leite, que é bastante bom e mais outras pessoas. Sei lá, to com sono e não gosto de fazer propaganda.




To lendo aqui o release que me chegou por e-mail. Acho engraçado mandarem um texto todo em negrito. Alguém tem que avisar pras pessoas que o negrito é pra dar destaque, mas ele só funciona se tiver como contrastar com o resto do texto. Mas tudo bem. O texto segue falando do clipe. Então deixa eu falar.


Este clipe do Vinil foi produzido pela Tv Cultura, que também gravou o do Delinquentes e do Turbo, além de outros artista de que não me recordo. São 2 da manhã e tenho este direito. Admiro bastante o trabalho do Robson, que é quem encabeça o programa Invasão - todo os dias, 15 pras 6 da tarde, na Tv Cultura, há muito tempo na correria com o mundo independente, e desta vez está mirando em algumas bandas de destaque para aproveitar a oportunidade que se abriu na TV e gravar alguns clipes.


Eu ia dizer que não gostei do clipe e que atuação é bom pra quem sabe atuar, mas estou com muito sono. Então, entenda isto como anti propaganda do bem, fique curioso e vá assistir o clipe e a papagaiada ao vivo, além dos shows bastante interessante das três bandas. Nem falei delas. Rapidola, então: o Dharma tem músicas bonitas, em inglês, e tem em seu vocalista, Marcelo Kahwage, a sacola em que se depositam todos os ovos do grupo. Sincera é aquele papo: eles têm se firmado a cada show no grupo de elite das bandas da cidade - e deste grupo eu excluo quase todas as bandas velhas mortas-vivas que procuram se aconchegar na sobra da quota para gente que ainda toca música adolescente há mais de 20 anos. E o Vinil Laranja... hum... quando o blog não era lido por tanta gente, eu publiquei um post sobre o disco último deles. É só clicar aqui


Se não gostarem das bandas, apareçam de qualquer modo. Não tem nada pra fazer nessa cidade ridícula mesmo.


Ah, mandaram avisar:


Os ingressos antecipados nas lojas Ná Figueredo a 10 reais. No dia, 10 reais até meia noite, depois 15. Nos intervalos dos shows rolam sorteios de brinde.

Serviço:

LANÇAMENTO DO VIDEOCLIP UNFACELESS BRIDE – VINIL LARANJA
Com: Vinil Laranja, Dharma Burns e Sincera + DJs Adriano Leite Carol Klautau e Ricardo But’s
Data: 17/10/2009
Hora: a partir de 22h
Ingressos: R$ 10 (antecipados e até meia noite) depois R$ 15.
Drink Laranja- Gratis  até Meia Noite
Informações: 8829-6453 / 9907-0781 / 8267-7820

Ventilador de piroca.

A vida é uma coisa engraçada. Às vezes não dá vontade de rir, mas pra alguém deve estar sendo engraçado. Seria um desperdício e tanto se não o fosse. Tem um contato meu no MSN que usa uma frase imbecil do tipo "uma perda nunca é uma perda, é só uma mudança". Por que se chama PERDA, então? Porra. Vai falar isso pra alguém que perdeu algo.

Este blog não é um diário, longe disso, até porque eu minto muito aqui. Qual o sentido de mentir pro seu próprio diário? Aliás, pra que se precisa de um diário? Se bem que seria interessante ter um, do jeito que minha memória se apaga numa velocidade assustadora. Seria interessante. Já tentei uma vez, confesso, mas sempre esquecia de escrever. Já tentei depois de grande mesmo. Não, não sou gay. Só não tinha muito o que fazer.

A verdade é que creio em karma. Ou seja, você faz besteira e a merda um dia te pega, na curva. A vida cobra dividendos. Enfim, essas baboseiras. Mas a gente bem que podia pagar nossas dívidas com o destino de uma forma parcelada e não tudo de uma vez. Claro que não vou falar pelo que estou passando. Também não é tão desesperador, como algo com saúde, mas é "parada chata, das antiga", como diria nosso amigo que se trasnforma em cobra. Nem chega a ser desesperador, na verdade. Sei que está um pouco tarde demais pra dizer que vida de adulto é complicada... e talvez cedo demais pra crise da meia idade. Não sei como se chama isso aos 26.

Tinha até fechado o post, mas fiquei pensando sobre essa rotina de acordar cedo e ir pra principal avenida da cidade, ficar cheirando fuligem de ônibus velho, chegar no trabalho, fingir que estou fazendo algo, me irritar quando tenho algo pra fazer, me entediar se não tem nada pra fazer, sequer um flerte, sequer uma briga, Jesus, nada. Daí que dá uma certa hora e a gente volta pras nossas casas. Isso me lembra muito cumrpimento de pena em regime semi aberto. Digo, lembraria se eu já tivesse sido preso. Não, ainda não.

A gente cai numa senda infinita, numa inércia que parece a cada dia mais difícil de quebrar. Isso deveria ser recompensado com sexo selvagem e livre, se não nesta vida, na próxima, a gosto.

Meu amigo Thom Yorke, está me dizendo no fone "this is fucked up,  fucked up" em Black Swan / The Eraser.


Nem to reclamando, nem nada. É só que às vezes parece que abriram um saco de picas na frente do ventilador e todas elas vêm voando e rodando e você tem que se esquivar, senão vem tudo na tua cara. É perigoso!

domingo, outubro 11, 2009

Mãe da filha do King Size.

Meu amigo Eliezer achou a mãe da filha do King Size:






Pra quem não lembra quem é o King Size:







E pra quem não tem nada a perder:






Nª Sª The Flash.

Nunca vi um Círio tão rápido. 15 pro meio dia e a Santa já chegou no CAN. Pessoal que queria sofrer, vai ter que esperar ano que vem. Pena.

Edit em tempo: Avisa a galera que a corrida do Círio é outro evento, organizado pela ORM. Tem até a frase de ordem deste ano: "quem chegar por último... é o pato!".

Ainda sobre o Círio.




Típico de político é se valer do Círio para endossar sua campanha política. Ri-dí-cu-lo. A presença desses dois capetas aí até rompeu uma das estações da corda, na subida da Pres. Vargas. Ara porra.

sábado, outubro 10, 2009

Cíiirio de Nazaréeee, luz que nos guiii-iii-iiiaaa... Aaa-ve-ma-ri-a...

Ontem, sexta última antes do Círio, aproveitei que a romaria dos carros, sei lá como chama, rodo-romaria, romaria rodoviária, são 11 romarias, e eu nem sei porque chamar de "romaria", como se fosse a mulher do Romário. De qualquer modo, meu amigo Éder e eu aproveitamos que a tal da romaria passou pela frente do trabalho, nos disfarçamos de romeiros e nos metemos no meio da galera. Ou seja, fugimos do trabalho travestidos de pessoas de fé. Ele realmente tinha que ir nessa história, para sacar seu dinheiro no BanPará, banco deste estado e pagar logo a dívida de seu carro com outro banco, o Itaú, sob pena de ter seu veículo submetido à busca e apreensão. Eu? Só fui pra ver o que pode acontecer se você sair no meio do expediente pra ir bem ali e voltar. Ainda mais ao lado do Éder, que é campeão em fazer besteira. Fiquei pensando "se ele faz doidice em situações normais, que dirá no meio de uma multidão?". E bota multidão.


Quase acho graça de tanto que me parece insensato e sem sentido a cidade inteira parar por conta de um movimento religioso específico. Sem que em 9 entre 10 blogs paraenses, exatamente agora, há um post maldizendo o Círio. Nem é isso que eu quero fazer. Só levantando a questão: por que não transformar a sexta em feriado logo? Toda a sexta-feira que antecede o Círio sempre é uma cagada: desde o centro da cidade até Ananideua fica um verdadeiro inferno. E por que as pessoas são liberada do trabalho depois do meio dia? Depois que a Santa já passou! O que é que eu vou fazer depois do meio dia: 1) Se eu for uma pessoa católica que liga pra passagem da imagem da Santa, bom, ela já passou. Depois do meio dia não serve pra nada pra mim. 2) Se eu não estiver muito ligado nessa de Círio, cara, a passagem da imagem já acabou com o meu dia, fudeu meu trânsito, cheguei atrasado nos lugares, não completei a missão.


Nessa história de ir andando dali da Tuna até o Castanheira, fomos nos desviando das pessoas que acompanhavam o cortejo. Algumas pagavam uma espécie de promessa light, que era dar água aos elementos que passavam. Engraçado que é um jeito de " vou fazer merda o ano todo e quando chegar o Círio, dou água  que fica tudo 'de boa' com o povo lá de cima". Daí que via gente dando água até pra quem não queria, tipo "não parceiro, obrigado, eu não ... " e "toma, toma, leva logo". Pois é.

Vimos também umas senhoras, todas já derretidas pelo avançar da idade, quarando sob o sol quente de 11 da manhã, em plena Almirante Barroso, o maior forno a céu aberto da linha do equador. Também passamos por uma mulher com cara de ploc e dois bebês, um no colo e outro no carrinho. Claro que estavam chorando. Ainda não estão no papo de ver a Santa passar. Rolou até uma mini romaria dos ladrões que usam bicicletas como meio de transporte. A galera da bike tava toda lá no entroncamento. Não sei se rezando, mas se sim, não tanto quanto eu para que não fosse assaltado. Égua da gente feia e fedorenta. Sim, sou feio, mas pelo menos cheiro bem que só.


Fico pensando mesmo é nesse povo que vem lá de longe, de outras cidades muito distantes, caminhando, num sol doido, dia e noite, dormindo na beira da estrada, como forma de pagar promessa ou só de homenagear Nossa Senhora. Cara, se eu fosse alguém bem poderoso lá de cima, dava um jeito de as pessoas saberem que, se elas querem chegar perto assim de um santo tão poderoso, a última coisa legal que elas poderiam fazer é se martirizar. Caramba, faz uma ONG, vai dar comida pra cachorro com fome, doar roupa, tratar bem o vizinho, não falar no celular enquanto dirige, não furar engarrafamento pelo acostamento, sei lá, tanta coisa. Tipo distribuir amor aos colegas de trabalho carentes, ou sei lá. Que eu me lembre, dos meus tempos de estudo dos Escritos Sagrados, no máximo papai do céu pedia pra sacrificar umas cabras, bodes, essas coisas. O máximo da auto mutilação que consta na Bíblia é a circuncisão. A propósito, vejam Ano I ( Year One), com o Jack Black. Uma bela releitura do início do Velho Testamento. Mas acho que se você não conhecer tanto a Bíblia, talvez nem seja tão engraçado.

No fim das contas, o que eu acho mesmo é que o Círio resume em duas semanas a cultura paraense por inteira. Desde a quantidade gigantesca de gente feia e burra numa multidão infinita, passando pelo modo como as pessoas são mal educadas e grosseiras mesmo dentro da procissão, acotovelando-se umas às outras; no modo como os de classe média alta curtem o evento do alto dos seus prédios no centro da cidade, e o povo é aquele rio de merda lá em baixo; como a cidade, complacente e compreensivamente admite que uma imagem e uma religião possam parar o fluxo da metrópole da Amazônia e atrapalhar a vida de milhares de pessoas que nem têm a ver com a religiosidade dos outros. Quer dizer, galerão reclamou muito quando as obras da 14 de Março com a Mundurucus e Pariquis interrompeu o trânsito ali, por conta da macrodrenagem, do tratamento do canal, visando evitar o transbordamento das águas de esgoto no próximo inverno, justamente uma das únicas obras decentes do prefeito fantasma mór, Duciomar Costa. Mas a imagem pode cagalizar tudo, que ta lindo.


Fato é que subvertemos a idéia de religiosidade por popularidade. Hoje as pessoas querem tocar, ver, tirar foto, beijar, chupar, lamber e sugar tudo o que podem da Santa Popstar. Até se sentem próximas, chamam de Nazica, Nazinha, 'minha mãezinha'. Cadê o respeito nessa porra?! Não é Nossa Senhora de Nazaré, assim com tudo maiúsculo? Se o próprio nome de Deus é uma seqüência de consoantes - porque nenhum Homem é capaz de pronunciá-lo, de tão superior que é em relação a nossa raça, o famoso YHWH, que mané mãezinha, já?

Fora que muita gente traz tudo pro lado do futebol, né. Na sexta, tava vendo a hora de alguém gritar na rua, "PEGA, É SANTA, PORRA!". Quase puxo o coro, mas fiquei com vergonha. O mais legal é que promesseiro/romeiro pode tudo, né. Qualquer confusão, "não pode me prender, seu guarda, to pagando promessa, é minha fé" e tal. Tipo passar a mão nas menininhas de escola que estavam zanzando com aquelas calças bem justas nas partes mais carnudas e que sobem a camisa e dão-lhe um nó, quase um top, naquela malha que de tão fina fica até transparente, deixando florescer toda aquele morena típica dessa raça mal definida, mas até que atraente. Ê escola pública. Saudade do que nunca vivi.

Tenho que ir à casa de um primo ver filmes de aliens, super heróis, jogar videogame e falar besteira, por isso, vou resumir: eu gosto muito do Círio, não só da comida, mas da maneira como ele entrelaça a cidade inteira numa conjuntura político-social-econômica e em diversos outros aspectos que não daria tempo pra falar aqui. Eu gosto do Círio. Do que não gosto é das pessoas.



Já acompanhei muitas vezes o Círio. Acho que só uma vez a Trasladação. Acho que todo paraense deveria acompanhar pelo menos uma duas romarias, porque é muito emocionante. É mágico, quase.

Beijo e feliz Círio pra você e pros seus familiares. Que NªSª derrame todas as coisas legais sobre você. Além de maniçoba, tucupi, essas coisas. As outras legais, digo.

P.S.: Brindo com a bela canção do Stereoscope, num clipe bizarro feito sei lá por quem. Mas juro que não fui eu.


quinta-feira, outubro 08, 2009

King Size

Ta bem, sei que muita gente já deve ter visto, mas não custa nada - e as melhores coisas são de graça - espalhar a lenda do King Size.

To pensando em me candidatar a KS de Belém, esta terra sem lei.


Blog da Tali

Talitha é uma artista impressionante. Grande amiga de longuíssima data, uma das poucas que, apesar das viscicitudes da vida, ainda consegui conservar de tempos outros em que até eu mesmo era outra pessoa - ela assegura que não tão diferente, mas tenho certeza que sim - voltou pela milésima vez com um blog.

Como ela mesma diz, é uma espécie de blog-portifólio, o Talitices.

Pra quem não sabe, ela trabalhou na arte das capas dos dois CDs ( 1 EP e um CD, na verdade) lançados pelo Aeroplano, na arte do EP do extinto ( eu acho, não sei) Amplificador de Brinquedo e do festejado La Pupuña.








Talitha também alimenta diariamente seu fotolog com textos que deveria mesmo ser unidos em um compêndio, ainda em vida, por favor. Excelentes. Só ir lá no http://www.fotolog.com/little_angelgirl , que inclusive, fui eu quem criou. A long time ago...

Cravo na cabeça e Carbono no coração.


Já é desde o meu primeiro contato com música feita aqui neste estado em formato quase exagonal... não, mentira, não tem este formato. Não tem formato de nada, na verdade. Até queria que tivesse, porque ficaria legal, né, tipo Triângulo das Bermudas, já que aqui é um esquema meio Lost mesmo. Enfim... como dizia, desde que ouvi pela primeira vez, me tornei fã do Cravo Carbono.




Primeiro pelo nome, que me cativou antes mesmo de conhecer a música. Depois pelo resto todo. Hoje trabalho no mesmo prédio que o Bruno Rabelo, que já fez as vezes de guitarra e baixista da banda. Hoje o Bruno está trampando numa onda ainda sem nome, com outros figuras, entre eles o Lázaro, letrista de mão cheia e figura ímpar como lead band, também ex-Cravo. Lázaro também foi professor na UFPa, no curso de Jornalistmo. Dizem que certa vez um aluno levantou a mão, depois de uma explicação densa do professor L, e aí perguntou: - mas professor... por que não tinha café?

Formavam, ainda, o quarteto, Pio Lobato, o guitarrista mais interessante que há por estas bandas, pelo menos na pessoalíssima opinião deste blog, pondo-o ao lado do grande Lucio Maia. E que headbangers velocistas morram ao se indignar com o que digo. ´Falo sem pudor porque sei que nenhum sequer conhece esta pira; na bateria, Vovô, que é conhecidíssimo por mpbistas e regionalistas e tal. Grande baterista.

 

Acho muito interessante o trabalho que era feito no Cravo. Eram musicistas de verdade, pessoas que estudaram aquilo tudo e sabiam o caminho teórico de como se chegar ao que se queria. Tudo bem, nada mais normal do que isso, vemos todos os dias muitos animais que se formaram e música e artes e que não fedem e nem cheiram. A diferença é que no Cravo sempre houve esse algo mais. Era Belém um pouco mais pra frente. Era a certeza de que esta cidade tinha um expoente que representava a densidade e o acúmulo cultural regional típico sem ser preguiçoso, conformado e complacente com a mesmice folclórica a que, às vezes, parece que estamos condenados para o todo e eterno sempre.


Meu blá blá blá não vai ilustrar nem de longe a qualidade das camadas de guitarra que funde samba, guitarrada, lambada, um quê de caribe e um monte de coisas que meu ouvido de menino da cidade, cheirador de gás carbônico e consumidor de Internet, não me deixou conhecer, mas que estou procurando muito agora. Então, segura alguns sons do eterno Cravo clicando aqui. Aí nesse "aqui" azul. Tem gente que não sabe que é nele que clica. É nele.

E fiquem atentos ao que virá, espero muito, por parte do Bruno e do Lázaro. Ouvi algo que ele tem me passado e garanto que vale muito a pena. Tem uma das versões demo aqui no myspace. Tem outra aqui no meu computador. Se alguém quiser, nem sei se posso, mas é só pedir pelo msn.

Antes que alguém me perturbe, fotos de Renato Reis, o fotógrafo das celebridades do submundo pop de Belém.

É isso.

Mudei tanto o título dessa pira que nem sei mais o que pôr aqui.

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