quinta-feira, outubro 08, 2009

Cravo na cabeça e Carbono no coração.


Já é desde o meu primeiro contato com música feita aqui neste estado em formato quase exagonal... não, mentira, não tem este formato. Não tem formato de nada, na verdade. Até queria que tivesse, porque ficaria legal, né, tipo Triângulo das Bermudas, já que aqui é um esquema meio Lost mesmo. Enfim... como dizia, desde que ouvi pela primeira vez, me tornei fã do Cravo Carbono.




Primeiro pelo nome, que me cativou antes mesmo de conhecer a música. Depois pelo resto todo. Hoje trabalho no mesmo prédio que o Bruno Rabelo, que já fez as vezes de guitarra e baixista da banda. Hoje o Bruno está trampando numa onda ainda sem nome, com outros figuras, entre eles o Lázaro, letrista de mão cheia e figura ímpar como lead band, também ex-Cravo. Lázaro também foi professor na UFPa, no curso de Jornalistmo. Dizem que certa vez um aluno levantou a mão, depois de uma explicação densa do professor L, e aí perguntou: - mas professor... por que não tinha café?

Formavam, ainda, o quarteto, Pio Lobato, o guitarrista mais interessante que há por estas bandas, pelo menos na pessoalíssima opinião deste blog, pondo-o ao lado do grande Lucio Maia. E que headbangers velocistas morram ao se indignar com o que digo. ´Falo sem pudor porque sei que nenhum sequer conhece esta pira; na bateria, Vovô, que é conhecidíssimo por mpbistas e regionalistas e tal. Grande baterista.

 

Acho muito interessante o trabalho que era feito no Cravo. Eram musicistas de verdade, pessoas que estudaram aquilo tudo e sabiam o caminho teórico de como se chegar ao que se queria. Tudo bem, nada mais normal do que isso, vemos todos os dias muitos animais que se formaram e música e artes e que não fedem e nem cheiram. A diferença é que no Cravo sempre houve esse algo mais. Era Belém um pouco mais pra frente. Era a certeza de que esta cidade tinha um expoente que representava a densidade e o acúmulo cultural regional típico sem ser preguiçoso, conformado e complacente com a mesmice folclórica a que, às vezes, parece que estamos condenados para o todo e eterno sempre.


Meu blá blá blá não vai ilustrar nem de longe a qualidade das camadas de guitarra que funde samba, guitarrada, lambada, um quê de caribe e um monte de coisas que meu ouvido de menino da cidade, cheirador de gás carbônico e consumidor de Internet, não me deixou conhecer, mas que estou procurando muito agora. Então, segura alguns sons do eterno Cravo clicando aqui. Aí nesse "aqui" azul. Tem gente que não sabe que é nele que clica. É nele.

E fiquem atentos ao que virá, espero muito, por parte do Bruno e do Lázaro. Ouvi algo que ele tem me passado e garanto que vale muito a pena. Tem uma das versões demo aqui no myspace. Tem outra aqui no meu computador. Se alguém quiser, nem sei se posso, mas é só pedir pelo msn.

Antes que alguém me perturbe, fotos de Renato Reis, o fotógrafo das celebridades do submundo pop de Belém.

É isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário