Estava ouvindo algumas bandas no Trama Virtual e percebi que o Vinil Laranja estava na página inicial do site, como banda destaque. Conversando com um amigo que está trabalhando pro centro-sul, ele me perguntou: e presta esta merda?
Depois da pergunta, ele desconectou. Fiquei sem saber se ele perguntava do site do Trama, do disco ou da banda - que você vê nessa foto de Tita Padilha.
Bom, o site eu já adianto que, apesar de ser o maior conteúdo em áudio, texto e vídeo no Brasil sobre o mundo independente, como braço da Trama (Major), asseguro, como consumidor das matérias que leio e das bandas que lá estão cadastradas, que a interface é complicada, lenta e ultrapassada. Como usuário do sistema de cadastro do tramavirtual, digo o mesmo: é uma droga pra fazer uploads das músicas, trocar fotos, acompanhar os downloads feitos, enfim. Precisa mesmo de uma boa reformulação. Mas até que serve à sua finalidade, que é servir de bolsão de material de bandas do país inteiro. Sendo referência neste quesito, inclusive, muito graças ao trabalho iniciado lá pelo Miranda, aquele gordinho gaucho de cabelo branco que hoje trabalha pro Silvio Santos naquele programa super inútil.
A banda Vinil Laranja. Não à toa os caras foram ao maior festival de música independente do MUNDO, o South by Southwest , que rola todo ano no estado do Texas, nos Estados Unidos, reunindo um número absurdo de artistas de todo o planeta. Deve ser incrível estar em uma feira cultural gigantesca em que um sem número de eventos acontecem o tempo todo em cada esquina.
Fora esta experiência, pouco antes de ir para os USA, o quarteto deu um balão por alguns dos pontos estratégicos da cena nacional, como Cuiabá e Macapá, se não me engano, o que coadunou para que na sua volta ao país, a Vinil Laranja fosse recebida como uma das principais bandas do Pará.
Confesso que estava animado e curioso pra saber como seria o show depois da volta deles, até porque o 'ao vivo' sempre foi o forte do Vinil; imagina então depois da experiência de conhecer muitas bandas de fora, tocar pra públicos completamente diferentes, adquirir equipamentos novos e muito interessantes. Pois é. Nem mudou nada. Relutei dentro de mim para crer que sim, mas continua a mesma coisa. Há quem diga que algo mudou: o nariz que ficou um pouco mais empinado. Aí eu já não posso afirmar. Mas tem uma coisa que eu quero dizer: odeio quando eles jogam baquetas ou sapatos ou o que quer que seja no público sem sequer pensar na possibilidade de isso atingir alguém e machucar, seriamente ou não.
Sobre o disco, até queria ser mais generoso. Cheguei a ir alguns dias ver as sessões de gravação e acreditei que seria o disco mais legal já lançado em Belém. Ouvindo aqui, fico na dúvida se sou só eu ou se essa mix não está lá muito empolgante. Queria ouvir mais a bateria, mas ela soa muito sem pegada, com a caixa lá pra dentro. Pode ser só a má qualidade do bps quando se ouve em streaming, direto do site do Trama Virtual, mas falta punch e tem um certo exagero na compressão.
Entretanto, deixando essa parte chata de lado, há que se ressaltar que é um disco de músicas muito boas. Uma mescla, é verdade, de garotos novos de guitarras nas mãos com os homens que um dia eles serão. Falo cheio de certeza de que Andro, vocalista e compositor, é um dos melhores no que faz - e isto além-fronteiras deste estado. É só ouvir Odds can make you ill, que é, sem dúvidas, uma das 5 melhores canções feitas e - esta sim - produzidas aqui no norte.
Também destaco Woman, por mostrar uma faceta não tão óbvia da banda. Gostei bastante.
Mas, se querem saber minha opinião, se você não tem problema nenhum em ouvir música em inglês, vai por mim que vale a pena ouvir.
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