quarta-feira, abril 07, 2010

Navalha, o novo projeto de Andrey Moreira.

Há duas semanas rolou o Fabrikaos, evento realizado pelo Jayme Katarro, vocalista da Delinquentes e agitador cultural nesta capital. O evento reflete o que se tem de mais atual na cidade, além de fundir num só festival bandas e públicos completamente diferentes.

Além do que já foi dito, o Fabrikaos tem como escopo abrir portas para bandas que estão começando, a exemplo do que aconteceu com o Telaviv em edições passadas e hoje é referência no Norte no seu estilo. Trash Metal? Death Metal? Brutal Metal? Sei lá, eu não entendo de metal. Mas a banda é bacana. Vou fazer uma banda de metal e dizer que é BadBoy Metal. Do mal e tal.

Nesta edição, tivemos a apresentação da Navalha, o novo projeto do guitarrista Andrey Moreira, que estava afastado dos palcos há pelo menos 7 anos, quando fez parte da Caustic, uma das bandas de maior relevância da cena no fim dos anos 90 e início da década de 2000. Também compunha a Caustic o talentoso vocalista  Marcelo Kahwage, da Dharma Burns, The Baudelaires, La Orchestra Imperial Invisível e mais algumas 15 bandas.

Arte de John Bogéa

Navalha

Além do Andrey, a banda tem no baixo Fly, ex-Crashdown, banda que também movimentou bastante o cenário nos anos 2000, e muito pouca gente sabe, mas foi responsável pelo up do Café Taverna, casa em que rolaram muitos shows de quase todas as bandas que tocavam nesse período por aqui. Hoje o Taverna amarga o triste esquecimento de quem faz o rock em Belém, graças ao olho grande de seu dono, cobrando das bandas para tocarem lá. Parece uma casa aí que também está indo pro mesmo caminho, ainda mais agora com o Caverna Clube abrindo as portas pro rock autoral e absorvendo todo o público. Fa-re-lo.

Eric Alvarenga, líder da Aeroplano, ocupa a vaga de vocalista do Navalha. Para compor a outra guitarra, seu irmão, Felipe Alvarenga, que toca bem demais e nunca tinha conseguido se firmar numa banda com mais pujança ou relevância.



Sobre o som

Afinação baixa nas cordas, bateria com pedal duplo, efeitos na guitarras e no baixo e influências de Katatonia, Tool, Opeth, Deftones, A Perfect Circle, Porcupine Tree, Dream Theater. Pelo que pude absorver da primeira apresentação do Navalha, a banda divide funções claramente. 

Temos à frente da banda os riffs de guitarra guiando o caminho da maioria das canções que, por enquanto, e é natural que seja assim, ainda estão bastante ligadas umas às outras, o que é bom, cria uma identidade forte pra banda, mas talvez dê aquela impressão chata de que as composições seriam bastante parecidas umas com as outras. O que não quer dizer que sejam ruins, pelo contrário.

Gostei dos arranjos de baixo, bastante bem montado com a bateria. O mais legal é ver como, com músicos bons, se extrai o melhor que se pode dos instrumentos. E talvez em alguns momentos o que precise é de mais respiração e menos transpiração. Tenho problema com pratos e guitarras, sempre preciso de uma parte da música sem eles.

Como era marca registrada do Caustic, Andrey ainda faz bom uso de seus atributos de guitarrista que gosta de efeitos como delay, modulações, usar ebow e coisas diferentes. Optante pelo uso de equipamentos digitais, se diz mais confortável na sua POD XT. Do outro lado do palco, na outra guitarra, Felipe mostra que mesmo estando há pouco tempo na banda, tem algo interessante a acrescentar , até porque vem de uma linha bem diferente de música, de regue a hip hop, new metal e muitas coisas que, espero, possam se refletir no Navalha. O bom mesmo é misturar.

Ao fim da noite, soube que Eric teve que passar pela inafastável série de comentários do público que viu a estréia o Navalha. Muitas foram as vezes em que se repetiu "gostei mais dessa tua banda agora do que daquela Aeroplano em que tocas". O que me chamou atenção foi a perfórmance mais, digamos, masculina do vocalista à frente do Navalha. As letras, todas em português, possuem uma boa qualidade. Melodias perfeitamente cantáveis, absorvíveis, além de refrões certeiros. Achei as letras até mais legais do que algumas do Aeroplano, realmente. Além disso, se mostrou um frontman surpreendentemente carismático. Agora, saber se os camisas pretas vão aceitar sua baby-face é outra história.


Desde depois do show a banda está procurando um baterista, já que o que estava na vaga partiu rumo ao desconhecido. Assim que encontrarem um, entram em estúdio para gravar um EP.



4 comentários:

  1. Muito bom Didi, mas sou suspeito pra falar...heheheh mas concordo o Eric está com uma performance mas masculina no Navalha hehehehehe

    ResponderExcluir
  2. obrigada pelo coment...
    bom...
    gostei daqui tbm...
    gostei do postvou procurar saber mais da banda...
    bjos
    estou seguindo

    ResponderExcluir
  3. BadBoy Metal. Taí um bom nome pruma banda, hehehe. valeu a matéria...

    ResponderExcluir
  4. Esqueceu de outras pessoas que faziam parte do Caustic né Didi? HEHEHEHHE Apesar de não fazer mais parte da cena de Belém, ainda acompanho o que se faz por ai. ;)

    Francisco Raupp, a.k.a "Abelha"

    ResponderExcluir