Quando vejo uma banda que já tem alguns discos e alguns anos nas costas lançar um CD homônimo, fico logo desconfiado que este será, ou pelo menos foi investido pra isso, o trabalho que mudará a vida da banda. Como já perdi as contas de quantos releases saíram em blogs, sites, jornais e revistas sobre este disco do quarteto gaúcho mais adorado do Brasil, e a turnê deles se agiganta a ponto de passear por quase todo o norte, infelizmente não pelo Pará, devo estar certo.
Grandeosamente, como sempre, os Guidis falam ao coração com uma sinceridade que não dá pra ignorar. É quase como compartilhar seus problemas, anseios, amores, saudades e pequenas alegrias com grandes amigos de longa data, daqueles que sabem tudo sobre você.
Abrindo o disco com a bela "Roger Waters", quase um prólogo, os gaúchos de Guaíba dão a falsa impressão de que faltarão guitarras. Que nada! Em seguida, o hit que abriu 2010 mostrando como se deve iniciar uma nova década: "Não fosse o bom humor" jogou o Superguidis no trendtopics no Twitter fácil por alguns dias, transbordando uma melodia, colada nas guitarras altas, bem altas, não se deixando duvidar que o bom rock existe. E mesmo sem entender o que se canta a gente quer balbuciar qualquer coisa pra fazer parte dessa coisa tão legal que é essa faixa. "Traduzo" pra vocês o refrão: não fosse o bom humor, meu estômago todo ia fritar. Segue o clipe:
Em rodas de conversa sobre este disco aqui em Belém é normal se ouvir que qualquer uma poderia ter sido escolhida a música de trabalho pra este CD e cada um acaba pegando pra si uma como preferida. Essa segunda adolescência pelo que passamos, talvez sem o direito de passar, ainda não sei bem, nos faz vibrar todos na mesma freqüência. É meio esquisito saber que caras lá do outro lado do país sentem o mesmo que a gente e vê-los usar termos como "quero mais é que se exploda" de um modo tão poético é fascinante.
Uma das faixas que me chamam mais atenção, nessa altura em que se beira os 30, é "Aos amigos", numa delicadeza sem medidas quando trata sobre coisas ruins pelas quais se passa, mas faz uso da simplicidade típica das letras dos Guidis pra dizer-se "melhor assim, que eu não estou só". Poesia pura, nas microfonias, noises, slides, delays, fuzzes, linhas de baixo certeiras, guitarras com single coil que fogem da caretice do que a gente vê normalmente por aí.
Ouvir Superguidis é de apertar o coração. Um dos discos mais sinceros, simples e conscientes que eu já ouvi.
Gravado e produzido por Philippe Seabra. // Senhor F Discos.
Égua, vou fazer uma camisa: "Didi sabe tudo!"
ResponderExcluirA Guidis é de Guaíba!
ResponderExcluirVocê tem toda razãqo, Gi! Perdão pela gafe. Já passava das 4 da manhã e eu estava muito doido. Perdão.
ResponderExcluirOuvir Superguidis é de apertar o coração. Um dos discos mais sinceros, simples e conscientes que eu já ouvi.
ResponderExcluirBah! desculpa mas eu não tenho frase melhor..
superguidis é aquela banda que da vontade
de ir em todos os shows,
ouvir o cd todos os dias,
curtir os videos no youtube,
ler e cantarolar as musicas porque tudo é bom
melodia e letra..
e ainda por cima os guris são tri gente como agente sabe?
adorei teu texto.
:)
\Drika
Poxa, Drika, obrigado pelas palavras. Volte sempre.
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