domingo, janeiro 10, 2010

Um novo espaço pro Rock feito em Belém?

Já ouvi diversas pessoas falando muito mal do Caverna Clube. Realmente está longe de ser um lugar bonito. É quente pra caramba e acaba com qualquer tipo de bom cheiro que possa vir de você. Lembra os tempos em que se podia fumar no Café com Arte, ou como ainda deve ser no Amnésia.

Minha namorada - quem eu batalhei para conseguir uma chance exatamente nestes dois últimos lugares - disse ontem, na volta do show do Stereoscope, Ataque Fantasma e Turbo, que um amigo havia comentado que não tinha mais idade para ir a certos lugares. Ela também não gosta de lá. Um monte de gente não gosta. Mas vou falar bem do local. Segue.

Caverna Clube, talvez sem querer, tenha herdado de pai desconhecido ( talvez o Café Taverna ) um aspecto totalmente 'rata' - de rataria, como diria João Sincera - prometendo ser o mais novo bom lugar pra se fazer rock sem frescura. É, sem frescura mesmo, sem papo de garotas que não suam ou de caras que não andam de bonde.

Calor, aquela bréa doida, fumaça de cigarro... ontem não estava lotado, assim como na prévia do Grito Rock, mas deu um certo público em ambas as festas. Fiquei imaginando aquilo cheio. Deve ficar entre o perigo  de quase morte - principalmente se houver um incêndio ou um ataque de zumbis devoradores de cérebro - e o sucesso das antigas festas super lotadas pra gente que só quer se divertir, ficar porre, passar a mão na bunda de garotas bonitas e bêbadas. A segunda hipótese me parece bem legal.

Se tem uma coisa que me deixou admirado em Goiânia, foi a vontade de se fazer shows bons, onde quer que fosse. Então, por que não investir no Caverna Clube? Tem uma boa área, fica em um local de fácil acesso, a cerveja não é cara, o palco é ruim, mas não é dos piores. Contratando-se um som legal ( como o que rolou na festa do Ataque Fantasma ontem, por exemplo ), já é metade do sucesso garantido.

Claro que o espaço não faz o perfil de muita gente, até porque aqui em Belém nós temos uma cultura de querer shows em espaços de luxo, o que não é condenável até. Eu mesmo não fumo e detesto cheiro de cigarro, mas, como sujeito que gosta de música independente e de ver bandas tocando, até que não tenho muito o que reclamar do Caverna. Acho legal ver shows raçudos, numa vibe (ó eu usando expressão de boy)  bem garagem mesmo, independente, que lembre os bons tempos em que música se fazia com músicos que gostavam de música e não com um bando de gente que sequer sabe o que é sentir o prazer que há nisso tudo.

Ainda vou descobrir uma galeria de esgoto abandonada pra transformar num inferninho e tocar de graça.

Um comentário:

  1. Poisé, o caverna quando se leva um som legal e uma iluminação mínima que for me parece um lugar bem melhor de tocar do que o Café com Arte. Acredito que seja até mais rentável para as bandas que organizam show lá, pois ouvi falar que 80% da grana fica com as bandas. Realmente acho aquela localização melhor que a do Café Com Arte. Ao menos pra mim que moro mais pras bandas de trás da cidade. Não é um lugar perfeito né, mas pelo menos aquela história do calor eu não senti mais lá. Acho que deram um grau nos ar condicionados.

    O mais legal é que temos mais um lugar pra tocar e ver bandas em Belém!

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