sexta-feira, agosto 28, 2009

Por que guitarra?

João "Sincera", um grande amigo, atravessando a madrugada de ontem pra hoje, me pergunta: "eu sei que não é uma coisa que se possa escolher, que ela vem naturalmente, mas ... por que guitarra? Por que se tornar um guitarrista? Particularmente, me vejo atuando na música como um todo, mas me sinto um guitarrista. E tu, Didi, por quê?".
Quando me deparei com um instrumento musical pela primeira vez, não foi lá tão mágico e romântico. Foi mais calculista mesmo. Um cara que conheci quando tinha uns 13 ou 14 anos me fez perceber que muitas portas se abrem quando você toca violão. As pessoas falam com você e aparentam, de verdade, se importar com as coisas que você tem pra dizer. É engraçado, até, porque hoje o que menos me importa é o que as pessoas acham de eu tocar. Não todas, só algumas. E, não, elas não se importam de verdade com o que você tem a dizer.
Fato é que eu nunca gostei de música até alguém me emprestar uma fita k7 com umas canções dos Paralamas do Sucesso. Fico pensando o que aconteceria se eu não tivesse nunca tido este contato. Até então, não ligava pra música, não dava a mínima. No máximo participava da batucada do pagode na sala de aula entre uma aula e outra, lá pelos idos da sétima e oitava séries.
Daí que minha madrinha me deu um violão mais velho do que eu, de presente. Demorei 1 ano pra pôr cordas nele. E daí vieram a primeira guitarra, primeira banda, primeiros ensaios, e essas coisas bem ruins que dão até  muito constrangimento em pensar. E daí até hoje, com uma banda com um trabalho bem consistente, trabalhando com um planejamento e de um jeito bem mais sério, confesso que tocar se tornou quase um detalhe.
Então, por que guitarra? Uma guitarra vagabunda é bem mais barata e fácil de se encontrar. Bem mais fácil de se aprender do que outro instrumento que demande alguma sorte de talento. Sei um pouco de teclado, brinco no baixo, canto tímido em casa, sozinho, baixinho, mas a guitarra é foi o melhor jeito que eu achei de canalizar todas as coisas que eu gostaria de dizer, mesmo que eu não seja lá um guitarrista típico. Sou mais um cara que odeia solos, tem dificuldades em lidar com distorção, não gosta dos grandes clichês, nem de guitarras altas, bandas de metal, powerchords, video aula de guitarra, cabelão farofa, afinação em notas mais graves, groupies...
Música é uma força que tem dentro das pessoas. Aí cada um procura um jeito de colocá-la pra fora. Eu estou procurando outros além de guitarra. Gosto muito disso. De procurar. Nem tanto de guitarra, confesso.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Desde quando ser NERD é legal?

Eric é um grande amigo de longa data. E só ele poderia ter feito uma pergunta que eu mesmo vivo me fazendo: por que ser nerd de repente ficou legal?
Não sei se vocês perceberam, mas, de repente, estamos no meio de uma revolução de castas - hare baba- sociais. As minorias avançaram sobre o que historicamente era, de fato e de direito, das classes mais favorecidas na pirâmide de distribuição da graça de Deus, ou coisa do tipo. Hoje, ser negro, evangélico, homoafetivo e ploc - as de luxo - é o hype, o que há, o máximo, o must, enfim.
A grande verdade é que, desde o início dos tempos, quando o primeiro homem conseguiu se sobrepôr social e economicamente aos outros, o suficiente pra que estes outros quisesse ser como ele, houve uma divisão entre o que é cool e o que não é.
Acontece que nem só as pessoas riquinhas, branquinhas, cheirozinhas, bonitinhas, de carrinho, terninho e gravatinha são capazes de criar um estilo de vida interessante. Pelo contrário, é da base da pirâmide social que vem a maior parte da moda útil e legal.
Daí, o que se tem feito ultimamente? A grande mágica do mainstream, do mundo comercial, propagandista, coisa que a Rede Globo usa tanto e tanto que nada que ela faz presta mais, porque perde completamente o gosto de tanto que é lavado e deixado de molho, é o seguinte:

  • Mr. Catra antes do Caldeirão do Huck:

  • Mr Catra depois do Caldeirão do Huck:
Acho que isso resume bastante o que eu queria dizer. Quando eu era mais novo, eu era muito estudioso, CDF, jogava videogames e nunca tirei nota vermelha na vida. Gordão, usava óculos, usei aparelho nos dentes por uns dois anos, antes disso, usei aparelho nas pernas, e depois botas ortopédicas. Depois eu tive muita acne e agora estou ficando careca. Me diz... em que realidade isso pode se tornar legal? Desde quando ter dificuldades com garotas é cool? Desde quando ser tímido e não saber lidar com as coisas que todos os outros homens altos, de ombros largos e queixo quadrado pode, de algum jeito, ser admirável? Sinceramente. Eu nunca vi isso acontecer comigo.
Tem o dia do orgulho nerd, né. Não sei muito o que tem pra comemorar. Orgulho de quê? Levar porrada na escola? É como a moda de ser loser, que estava rolando outro dia. Ilustrando, via diálogo, como os grandes filósofos - haha:
- Menina, tu nem sabe o que me aconteceu... fui assaltada.
- E eu, que fui assaltada e ainda apanhei?
- E eu, que fui assaltada, apanhei e me violentaram?
- E eu, que me engravidaram?
- E eu, que peguei Aids?
Não tem esses papos?
Quer só saber quando vai chegar o dia em que ser feio vai ser legal! Aí eu to feito. Porra!

quarta-feira, agosto 26, 2009

Caras que mulheres não querem.

Falando com uma guria chamada Joy Joy, ela dispara: "por que alguns caras demoram a perceber que não queremos nada com eles, mesmo quando já tentamos demonstrar isso de todas as formas possiveis?"
Acredite em mim, especialista em ouvir nãos que sou: você não demonstrou que não o quer.
Regra básica do vocabulário feminino:
1)"Não" quer dizer "talvez";
2)"Talvez" significa "sim";
3)"Sim" indica que ela quer tanto que não pode esconder, então ela e as amigas todas devem dizer que você é muito de vagar.
Quando uma mulher não quer um cara, ela deixa isso evidente o suficiente. Eu sei bem como é. Aquele gosto de merda de um fora implícito. Sabe? Ilustrando:
- Gosto muito de você.
- Também gosto muito de você, amigo!
Ou - e mais cruel :
- Te acho muito atraente
- :^)
A verdade é que as moças que reclamam d"os caras não sabem o que quer dizer um não" são as culpadas por eles não entenderem os sinais negativos. Os humanos são como os cachorros. E como eu já tive quase 30 cães, acabo entendendo um pouco melhor os humanos. É simples:  se você treina um cão com dois parâmetros de ações, certo e errado, e reforços de carinho para um e de agressão para o outro, ele agirá de acordo com as orientações. Se você misturar tudo, ele ficará confuso e ninguém se entenderá.
Mulheres costumam confundir os homens e querer que eles sejam claros. Não dá. Além disso, muitas mulheres dizem que não querem e dão sinais de que, sim, estão recebendo currículos. Que o homem, então, percorra todo o calvário e o procedimento torturante que é fazer-lhe a corte, cortejá-la, humilhar-se, dobrar-se diante dela, mulher, que simplesmente enche a boca pra dizer que não.
Há três tipos de mulheres que não querem homens, ou que pelo menos DIZEM que não:
1) Lésbicas;
2) Compromissadas;
3) Cudocistas
4) As que não te querem mesmo.
As duas últimas são os tipos que eu normalmente encontro, porque as lésbicas e as compromissadas até que são bem flexíveis. Mas as cudocistas e as que não me querem, pra uma eu não tenho paciência e ameaço na porrada; pra outra, realmente nunca me quererão. Nunca peguei alguém que não me quis antes. Isso me leva a uma teoria: quem não te quer agora, não te quererá jamais. Em outra oportunidade desenvolvo melhor isso.
Compromissadas que dizem que "ai, eu não posso, tenho namorado", querem, seja um romance impossível, seja sexo selvagem e proibido. Pra um não definitivo, tem que ser grosseira.
E as garotas que só não te querem... bom. Essas pelo menos jogam limpo. Não te querem. E são grosseiras.
Por isso uma vez por mês eu saio de casa de barba feita, bem vestido e de taxi e quando uma mulher bonita me olha, eu viro a cara e torço o canto da boca. É o que posso fazer pra me vingar. Uma vez por mês.

Ainda sobre o post passado...

Eu raspei minha cabeça do nada. E até hoje não entendi bem por que fiz isso.

E, neste exato momento, to assistindo um clipe do McFly, porque eu nunca gostei, mas nunca ouvi. E não estou achando detestável. Espero que daqui a 5 min eu já possa achar esta idéia absurda.

Por que algumas coisas parecem tão plausíveis na hora e tão idiotas depois?

Catava, eu, a primeira pergunta no MSN e ela veio de uma grande amiga, Talitha Lobato - http://www.fotolog.com/little_angelgirl - : "uma coisa que eu vinha me perguntando ultimamente era por que será que certas coisas parecem tão plausíveis na hora e tão idiotas quando analisadas em retrospecto?" E ela conclui dizendo que "parece que a gente nunca aprende", reticente.
Não preciso nem sair perguntando se isso acontece com vocês. Acontece, né? Comigo acontece muito com roupas. Sabe, comprar roupas e depois de alguns meses olhar e não entender por que diabos eu comprei aquela roupa ridícula que nunca usei, com sorte, e nuca terei de usar.
Outra situação é em relação à comida. Lanche de rua, na verdade. É fatal não estar com tanta fome assim e comer algo na rua que você já podia supor que não estava gostoso, que não era barato, e que, mesmo no meio de várias promessas não, ou pelo menos mal, cumpridas, era altamente calórica, gordurosa, enfim, uma merda. E você vai lá e compra. Acontece comigo quase todo dia, no trabalho.
Beber também é assim. Parei de beber porque já não conseguia me olhar no espelho e crer em nenhuma outra promessa minha, já que todos os meus créditos de promessa eram queimados com "égua, parei, nunca mais vou beber".
Mas de todas as situações que nos empurram pra borda do abismo de arrependimento lânguido, há uma em que você tem a certeza de que o fundo obscuro do tal abismo te olha de volta: sexo. É impressionante o poder silencioso de argumentação que o tesão tem. Sinceramente. Fica o convite pra você olhar pra trás e pensar nas situações constragedoras e altamente arriscadas a que você se submeteu por conta de uma rapidinha, ou de uma espiadinha pelo menos. Ou de outras coisas. Não sei, você sabe. Nem to perguntando. Mas se quiser dizer nos comentários, tudo bem.
A verdade é que a gente faz coisas que parecem bastante aceitáveis e depois elas se revelam idiotas. Queria saber como os emos vão se olhar no espelho daqui a alguns anos, quando crescerem. Só por curiosidade.

terça-feira, agosto 25, 2009

Pergunta pro Didi.

Um amigo meu sempre dizia isso: "não sei, pergunta pro Didi".

Vamo lá.